Escolas da Flórida não relatam muitos crimes ao estado, aponta investigação

Por Gazeta News

Muitos crimes graves que ocorrem nos campi das escolas da Flórida nunca são reportados ao estado, conforme exigido por lei. As informações foram levantadas pelo South Florida Sun Sentinel. A investigação mostra que, em média, uma em cada cinco escolas da Flórida não denuncia um crime a cada ano. Além disso, funcionários do Estado em grande parte aceitam a versão das escolas e muitos casos não são levados adiante. Muitas escolas, procurando proteger suas reputações, continuam a fornecer informações falsas mesmo depois de o Estado as ter advertido. Por exemplo, a investigação diz que alguns crimes como abuso sexual cometido por professor contra um aluno não são relatados porque não foram cometidos por um aluno. Brasileiros relatam bullying sofrido pelos filhos em escolas da Flórida As diretrizes estaduais exigem que as escolas denunciem crimes graves, como assassinato, estupro e roubo, bem como incidentes menores que não precisaria da polícia na escola, como posse de tabaco, brigas e bullying, mas devem ser encarados como crimes. Para o levantamento, foram examinados 27.000 relatórios criminais que as escolas da Flórida submeteram ao Departamento de Educação nos últimos 10 anos. Em seguida, o jornal revisou registros criminais, relatórios policiais, registros escolares e cobertura de notícias para identificar as diferenças. A sondagem seguiu ao massacre de 17 pessoas cometido por Nikolas Cruz, um ex-aluno da Marjory Stoneman Douglas High School, em fevereiro do ano passado. Oficiais da escola não haviam informado vários incidentes nos três anos anteriores, o que, no entendimento geral, colaborou para a ocorrência do tiroteio. "Se você está tendo um problema em uma escola e ele não é resolvido, passa a impressão de que está tudo bem, mas na verdade é bem diferente do que é na realidade", disse o xerife do condado de Pinellas, Bob Gualtieri, que preside a Comissão de Segurança Pública de Stoneman Douglas. “Na verdade, isso apenas piora o problema. Isso exacerba porque você não está resolvendo isso”, pondera. Um dos casos mais sérios e que não houve denúncia por parte da escola, segundo o jornal, é que uma escola de ensino médio em Boca Raton não enviou nenhum relatório ao estado dos anos letivos de 2015-2016 e 2016-2017, embora um menino de 7 anos com autismo tenha relatado que dois colegas de classe o forçaram a fazer sexo no parquinho em novembro de 2015. Broward lidera casos de armas em escolas no sul da Flórida "Pode ter sido determinado no momento do incidente que não chegou ao nível de uma ofensa sexual", disse a porta-voz do distrito, Amity Schuyler. Um outro exemplo são escolas de Miami-Dade que esconderam repetidas ocorrências de pessoas agredidas ou assaltadas ao caminharem distraídas para o campus durante o ano letivo de 2016-17, uma indicação de que um campus é vulnerável a ataques, de acordo com o Sun-Sentinel. O distrito escolar citou erros de computador para essas e outras omissões. Na verdade, as escolas geralmente fazem um esforço de boa-fé para denunciar crimes, disse Audrey Walden, secretária de imprensa do Departamento de Educação da Flórida. Leia também Ex-aluno é detido com arma dentro de escola no sul da Flórida