Espanha aprova casamento entre homossexuais

Por Gazeta Admininstrator

Os deputados espanhóis aprovaram nesta quinta-feira um projeto de lei que legaliza os casamentos homossexuais no país, o que deve reacender um conflito com a Igreja Católica, que acaba de eleger um papa conservador. Lotada, a galeria do Parlamento explodiu em gritos e aplausos quando o presidente da sessão anunciou a aprovação da proposta, feita pelo governo socialista, que torna a Espanha o terceiro país da Europa a autorizar os casamentos homossexuais.

"É injusto ser um cidadão de segunda classe por causa do amor", disse a deputada socialista Carmen Montón. "A Espanha se une à vanguarda dos que defendem a total igualdade para gays e lésbicas."

A proposta, parte de um pacote governamental de leis socialmente liberais, indignou a Igreja espanhola e certamente vai desagradar ao papa Bento XVI eleito na terça-feira. Quando era prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, responsável por manter a ortodoxia da Igreja, o então cardeal Joseph Ratzinger disse que as uniões homossexuais estavam destruindo o conceito de casamento e a identidade social européia.

A lei, aprovada por 183 a 136 votos, ainda precisa ser submetida ao Senado e a um novo turno de votação entre os deputados, mas isso parece ser apenas uma formalidade.

Mas a Suprema Corte espanhola decidiu, em caráter não-obrigatório, que o casamento homossexual é inconstitucional, o que pode abrir uma batalha jurídica.

Só o conservador Partido Popular e um grupo nacionalista cristão da Catalunha se opuseram à lei.

Eduardo Zaplana, porta-voz do Partido Popular, disse que o grupo defende direitos iguais e uniões civis para homossexuais. "Mas uma coisa bastante diferente que uma instituição antiga como o casamento, que fundamental para a organização da sociedade, tenha de ser exatamente a mesma para homossexuais", afirmou.