Especialistas questionam benefícios econômicos da Olimpíada a Londres

Embora os partidários da realização da Olimpíada de Londres digam que apesar do custo de 9,3 bilhões de libras o evento criaria aumentos e renda ao país, especialistas afirmam que o impacto não será tão grande assim para a cidade.

“Se você está interessado em razões econômicas para sediar Olimpíadas, então nem se incomode. A pergunta é: há outros benefícios?”, afirmou Poul Dolan, professor do departamento de política social da Escola das Ciências Econômicas e Políticas de Londres (LSE, na sigla em inglês).Dolan coordena um estudo que irá avaliar a influência de Londres 2012 na felicidade da população. A pesquisa, com duração de três anos, envolve cerca de mil voluntários.

Ele diz que é crucial que os responsáveis por candidaturas a Jogos Olímpicos compreendam o impacto de eventos de tamanha magnitude. Dois em cada três dos 500 gerentes de empresas do Reino Unido entrevistados recentemente pela empresa de consultoria Price Coopers WaterHouse (PWC) afirmaram não esperarem mudanças significativas nos negócios por causa dos Jogos Olímpicos do próximo ano.Existe um exagero quanto aos benefícios econômicos de uma Olimpíada, afirmou Charlie Tims, pesquisador do instituto de pesquisa independente Demos. Ele é um dos autores do relatório “Depois da Corrida Pelo Ouro”, publicado pelo Instituto para Política Pública em conjunto com Demos. O estudo aponta que há poucas evidências de que as cidades que sediam tais eventos obtenham resultados positivos.

Tanto Atlanta, nos Estados Unidos, que promoveu os Jogos em 1996, como Sidney, na Austrália, em 2000, e Atenas, na Grécia, em 2004, parecem não ter atingido as metas em termos de aumento de geração de emprego, participação em esporte ou turismo, de acordo com o levantamento.

Outro relatório, intitulado “O Plano de Jogo”, escrito no ano de 2002 por um grupo de 10 especialistas, incluindo economistas e funcionários do governo, conclui que a vantagem de organizar tal evento seria levantar a moral da população, e que não há evidências de que isso gera retorno econômico.