“Espero ser mais bem tratado no Brasil”, diz expedicionário, após sair de cativeiro no Equador
Através de um telefone via satélite, Mickey conseguiu se comunicar com a sede de sua campanha em Orlando, sem que ninguém o visse. “Pegaram algumas coisas nossas, mas consegui esconder o celular”, Mickey contou ao Gazeta News por telefone, diretamente de Quito. “Eles disseram que iam nos matar e exigiram $20 mil dólares pelo resgate, mas me recusei a dar”.
De acordo com comunicado enviado pela sede do Amazon 5000, em Orlando, as embaixadas dos EUA e de Israel (já que Mickey é israelense) se uniram com autoridades locais para o resgate. No dia 6 à noite, uma operação foi organizada para resgatar Mickey e seu time e, no meio da madrugada, eles foram resgatados e levados para as margens do Rio Napo.
Agora, Mickey está feliz por seu resgate, mas lamenta ter perdido 120 das milhas percorridas, uma vez que foi levado de volta para oeste por seus sequestradores. Mickey falou com o Gazeta News no dia 9, sendo que pretendia seguir viagem no dia 10, com modificações na rota, para evitar passar novamente pela mesma área. Do Equador, ele vai para o Peru e depois para o Brasil. “Espero ser mais bem tratado no Brasil”, disse.
Inspiração Mickey, um sobrevivente de câncer de pele, disse que não teve medo em nenhum momento do sequestro. “Isso serve ainda mais de inspiração às pessoas que lutam contra o câncer”, avalia Mickey. “Essa é uma forma simbólica de lutar e mostrar a meus seguidores que é possível sobreviver”.
Antes de iniciar a expedição, ele visitou residentes da Flórida Central, que lutam contra o câncer. Ele faz palestras inspiradoras para crianças com câncer no BASE Camp Children’s Cancer Foundation, Florida Hospital for Children e a Ronald McDonald House.
Servindo como exemplo, a mensagem de Mickey é que essas crianças nunca desistam da batalha, assim como ele. “Para dar um exemplo, sete pessoas começaram a expedição, mas somente duas permaneceram e precisei substituir as outras”, compara. “Mesmo assim eu continuo, enquanto muitos desistem. Estou na mesma rota e vou continuar até chegar à minha meta”.
Mickey foi equipado com material para manter a comunicação com seus seguidores. Antes de embarcar, ele visitou um menino de nove anos, Elijah, e o presenteou com um iPad que conseguiu através de uma doação. Mickey apelida o aparelho de “um passaporte para a aventura”, para que o menino possa escapar um pouco da realidade do hospital e acompanhar a expedição.
Doações De acordo com o site stayclassy.org, Amazon5000 – for the Cure já recebeu 28% da sua meta de doações, que pretende chegar a 100 mil dólares, para serem revertidos a pacientes que enfrentam a batalha contra o câncer. Interessados em fazer doações ou a levantarem fundos para a organização podem encontrar mais informações através do site: http://www.stayclassy.org/events/amazon-5000-for-cure/e8764 A Expedição Amazon 5000 pode ser acompanhada através do blog: ecoplanetadventure.blogspot.com ou através da página do Facebook: Amazon 5000 – for the Cure.
Sobre Mickey Grosman e o Amazon 5000
“O médico disse que eu tinha que fazer uma cirurgia para retirar o câncer, mas caso meu organismo não reagisse, poderia se espalhar pelo meu corpo e eu poderia ter somente 90 dias de vida”, disse Mickey ao Gazeta News em abril, um pouco antes de embarcar na expedição, iniciada em maio.
Felizmente, por ser ex-soldado das Forças Especiais de Israel e ter dado diversos cursos de treinamento para sobrevivência na selva depois de se mudar para Orlando, há mais de 20 anos, o bom sistema imunológico de Mickey trabalhou em seu favor. Mesmo assim, sua experiência fez com que o israelense se comovesse com outros doentes tentando lutar contra a doença. “Eu vi o que é a dor e desespero nos rostos dos outros pacientes, desde crianças, adolescentes, adultos, aos mais idosos”, disse.
Foi aí que nasceu o Amazon 5000. Mickey escolheu fazer algo significativo para incentivar pacientes na mesma situação em que ele esteve a continuar a sua luta, apesar dos obstáculos. O lema da viagem é ‘Fazer do Impossível, Possível’, mostrando como ele enfrenta obstáculos com perseverança, para inspirar pacientes que lutam pela sobrevivência. “Estou indo ao extremo para lutar contra esta doença”, disse.
