Esquema de roubo de identidade está ligado a imigrantes indocumentados

Por Gazeta News

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Quando a identidade de Candida L. Gutierrez foi roubada, a ladra não se limitou somente à abertura de crédito e contas bancárias fraudulentas. Ela assumiu a pessoa de Gutierrez completamente, usando-a para conseguir um emprego, uma carteira de motorista, uma hipoteca e até mesmo atendimento médico para o nascimento de dois filhos.

Todo o tempo, a criminosa afirmou que a verdadeira Gutierrez era a pessoa que tinha roubado sua identidade. Esse é um caso de “roubo total de identidade”, uma forma de vigaristas irem além da fraude financeira de assumir muitos outros aspectos da vida de outra pessoa.

O esquema tem sido associado a imigrantes indocumentados que usam números roubados de Social Security para receber o pagamento em seus trabalhos, e as autoridades temem que o problema possa, em breve, crescer para seduzir os americanos mais desavisados.

“Quando ela alegou a minha identidade e me exigiu a sua devolução, ela foi informada de que eu estava dizendo isso também”, disse à “AP”, Gutierrez, uma professora de 31 anos de idade. “Ela sabia que eu estava ciente e que eu estava tentando lutar (para recuperar a identidade) e ainda assim ela iria continuar lutando (para manter a identidade falsa)”.

Uma imigrante de 32 anos de idade, em situação irregular, chamada Benita Cardona-Gonzalez, é acusada de usar a identidade Gutierrez, durante um período de 10 anos, quando ela trabalhava na empresa Topeka, que empacota os alimentos refrigerados.

Por anos, um grande número de imigrantes indocumentados preencheu os formulários da folha de pagamento usando seus nomes reais, mas números de Social Security falsos. No entanto, com sistemas eletrônicos de verificação de emprego, tais como E-Verify, foram se tornando mais comuns, o uso de números falsos é cada vez mais difícil. Agora, os promotores temem que mais pessoas vão tentar enganar os sistemas assumindo identidades completas, em vez de roubar os números por si só.

Os riscos para vítimas podem ir mais além se os registros médicos eletrônicos ligados a números de Social Security se misturam, colocando em risco a precisão de informações importantes do paciente, tais como os tipos de sangue ou alergias graves.

Estatísticas Estatísticas da Comissão Federal de Comércio mostram que os americanos relataram mais de 279 mil casos de roubo de identidade em 2011, ante 251,1 mil no ano anterior. Não está claro quantos desses casos envolvem roubo de identidade total, mas um possível indicador é o número de queixas de roubo de identidade que envolvem mais de um tipo de roubo, que subiu de 12% para 13% no ano passado. Em estados com grandes populações de imigrantes, a fraude relacionada com o emprego de fraude de identidade foi muito maior: 25% no Arizona, 15% no Texas, 16% no Novo México e 12% na Califórnia.

Gutierrez descobriu que sua identidade tinha sido roubada quando não foi aceita para a hipoteca de uma casa, há mais de 10 anos. Até hoje, ela enfrenta dores de cabeça para provar que ela é ela mesma na administração do Social Security, passa horas no telefone com os credores e agências de crédito, preenche depoimentos e ainda tem que limpar sua história de crédito. Seus registros fiscais são uma bagunça.

Ambas as mulheres alegaram que foram vítimas de roubo de identidade e procuraram obter novos números de Social Security. A Administração do Social Security recusou o pedido de Gutierrez, sendo que havia emitido um novo número para a mulher personificando ela.

Depois de anos de investigação, a impostora foi presa em agosto, e as impressões digitais dela confirmaram que agentes de imigração tinham encontrado Cardona-Gonzalez em 1996, em Harlingen, Texas, e mandaram-na de volta para o México. Ela está presa em uma cadeia no condado de Butler, onde aguarda julgamento por acusações de roubo de identidade agravado, má utilização de um número de Social Security e produção de documento falso. Com informações da “Fox Latino” e “Associated Press”.