Esquema internacional de fraudes leva brasileiros para a cadeia

Por Gazeta Admininstrator

O brasileiro Rodrigo Molina, de 33 anos, que vivia em Miami, foi conside-rado culpado, na semana passada, por 16 votos a 11, por participar de um esquema internacional para lavar $ 13,5 milhões procedentes do Brasil. Molina fazia parte de um grupo brasileiros que, de acordo com denúncia apresentada pelo U.S. Attorney do distrito Sul da Flórida, estava envolvido em um esquema de fraudes via telemarketing.

Molina foi preso em Miami em uma operação contra lavagem de dinheiro que deteve outras 18 pessoas, no Brasil, incluindo o suposto cabeça do esquema, Doron Mukamal.

No início de fevereiro, um outro brasileiro, Marcos Neto Macchione, de 32 anos, sócio de Molina, que vivia em Aventura, também foi condenado por participação no mesmo esquema.

Ele foi condenado a quase seis anos de prisão, sendo dois anos em liberdade vigiada. Macchione foi obrigado a abrir mão de contas bancárias cujos saldos somavam cerca de $1,8 milhão.

Molina e Macchione eram os responsáveis pela lavagem do dinheiro obtido em um golpe no qual membros da quadrilha se faziam passar por corretores americanos que se dispunham a comprar ações de pouco valor por um preço superior.

De acordo com as evidências apresentadas ao juri, por intermédio de identidades roubadas de corretores reais dos Estados Unidos, o grupo convencia as vítimas a entregarem dinheiro antes da venda das ações sob a alegação de que o valor serviria para pagar impostos.

O dinheiro era transferido do Brasil para contas bancárias, a maioria em Miami, onde era “lavado”. As transações com as ações nunca eram concretizadas, e as vítimas perdiam o dinheiro. Uma vez entregue o dinheiro, os “corretores” fictícios desapareciam.

Molina recebeu sentença máxima de 20 anos de prisão, com cinco acusações de lavagem de dinheiro, 10 anos por mais cinco acusações do mesmo crime, e 20 anos por conspiração, além de possíveis multas, ainda a serem definidas pela justiça e, possível liberdade supervisionada.

A investigação sobre a fraude começou em 2005, quando vítimas de várias partes do mundo contactaram o New Jersey’s Bureau of Securities para denunciar que um broker de New Jersey os havia fraudado.

A empresa responsável pela fraude foi identificada como sendo Heritage Financial of Treaton. Os investigadores, rapidamente, constataram que a empresa era totalmente fictícia.

Após perceberem que algo estava errado, muitas das vítimas que contactaram a empresa em busca de uma explicação, eram informadas que o broker responsável pela transação havia posicionado garantias, ou direito de compra de mais ações de propriedade das vítimas. Tais garantias eram imaginárias, mas os supostos brokers ofereciam o pagamento de enormes valores, a título de prêmios aos investidores. Mais uma vez, enganados pela promessa de enormes lucros, os investidores faziam novas remessas para o pagamento de adicionais taxas fictícias.

Os brasileiros também utilizavam bem elaboradas páginas de internet para enganar suas vítimas e criaram falsas entidades governamentais que “asseguravam” a legitimidade dos falsos brokers. Além disso, o sistema de telefones VoIP (Voice over Internet Protocol) era utilizado para que os envolvidos tivessem números de telefone dos Estados Unidos, mesmo estando localizados no Brasil e em outros países.

- Quando esta operação utilizou falsas entidades de New Jersey, as vítimas pensavam estar ligando para seus brokers, localizados em Trenton ou Newark quando, na verdade, estavam ligando para um fraudador que aplicava o mesmo golpe em várias partes do mundo”, disse o diretor de Justiça Criminal, Gregory Paw.