Estados tentam combater abuso da metanfetamina

Por Gazeta Admininstrator

Com o intuito de acabar com o abuso da droga metanfetamina, estados estão cogitando implementar uma legislação que exige receitas médicas para a aquisição de descongestionantes populares, como o Sudafed. Esses medicamentos contêm pseudoefedrina, o ingrediente principal da metanfetamina, e, segundo a polícia, tentativas anteriores de impedir que esses remédios chegassem às mãos dos fabricantes de metanfetamina fracassaram. As informações são do New York Times.

No Estado do Tennessee, a polícia descobriu no ano passado quase 2.100 laboratórios de metanfetamina – um aumento de 45% em relação a 2009 e uma quantidade maior que a de qualquer outro Estado.

“Isso é muito óbvio”, afirma Thomas N. Farmer, diretor da Força Tarefa do Tennessee para o Combate à Metanfetamina, que, juntamente com outras autoridades policiais, está defendendo a instauração de uma lei que proíba a aquisição desses medicamentos sem receita médica. “Essa medida tem que ser o próximo passo.”

Mas as propostas esbarraram em uma forte resistência dos fabricantes de remédios e dos grupos farmacêuticos, que dizem que tal medida fará com que os indivíduos que padecem de alergias ou resfriado passem por um sofrimento desnecessário. Eles estão defendendo outras legislações que ajudariam a polícia a monitorar as vendas de pseudoefedrina por meio de um sistema eletrônico de rastreamento interestadual.

“Não podemos modificar as vidas das pessoas apenas para deter esses malfeitores”, diz Joy Krieger, diretor executivo do escritório em Saint Louis da Fundação de Asma e Alergia dos Estados Unidos, que está combatendo uma legislação para a aquisição de medicamentos apenas com receita médica no Estado de Missouri. Autoridades como Farmer dizem que as companhias de remédios desejam apenas proteger os seus lucros multimilionários com as vendas de pseudoefedrina sem receita médica. Mas o argumento que a indústria farmacêutica tem apresentado aos legisladores – de que os cidadãos respeitadores da lei não deveriam ser obrigados a pagar uma consulta médica só por causa de um nariz congestionado – tem se mostrado potente.

Os projetos de lei para a venda desses medicamentos apenas com receita médica foram derrotados ou não conseguiram nem sequer ser submetidos à votação neste mês nos Estados de Arkansas, Kansas, Kentucky e Virgínia Ocidental, depois de um lobby intenso por parte da Associação de Produtos de Saúde para os Consumidores, um grupo comercial que representa os fabricantes de medicamentos que podem ser vendidos sem receita. Projetos de lei similares ainda estão sendo discutidos nos Estados de Alabama, Missouri, Nevada, Oklahoma, Tennessee e vários outros.

Dois Estados, o Mississippi e o Oregon, já exigem receita médica para a aquisição da pseudoefedrina; policiais desses Estados afirmam que o número de laboratórios de metanfetamina despencou desde que essas leis entraram em vigor. No Mississippi, que adotou no ano passado uma lei para a venda desses medicamentos apenas com receita, as autoridades dizem que o número de laboratórios de fabricação de metanfetamina sofreu uma queda de quase 70%.

Marshall Fisher, o diretor do Departamento de Narcóticos do Mississippi, afirmou que de julho do ano passado a fevereiro deste ano a polícia descobriu 203 laboratórios de metanfetamina no Estado, contra 607 entre
julho de 2009 e fevereiro de 2010. Segundo ele, a exigência de receita médica desencorajou os “smurfers”, os indivíduos que compram a droga em várias lojas, em pequenas quantidades de cada vez para evitar a detecção pela polícia.

A pseudoefedrina foi uma substância controlada até 1976, quando a Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos permitiu que ela passasse a ser vendida sem receita médica. As vendas de drogas à base de pseudoefedrina sem receita médica nos EUA atualmente geram mais de US$ 550 milhões por ano, disse em uma mensagem eletrônica Elizabeth Funderburk, porta-voz da Associação de Produtos de Saúde para o Consumidor.

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