Estórias infantis estimulam a tolerância

Por Gazeta Admininstrator

De 11 a 21 de abril a Broward County Library promoveu a 5° Pan African Bookfest and Cultural Conference, que reuniu artistas e contadores de histórias, painéis e discussões sobre livros locais e nacionais.

Entre os destaques da progra-mação, a exibição de fotos da Fundação Pierre Verger, no lobby da African American Library Research, e a participação da contadora de estórias brasileira Tatiana Henrique, que participou de séries de workshops e leituras no evento, e em escolas públicas do condado de Broward.

- É a terceira vez que venho aqui para contar estórias, e sempre a recepção é fantástica. A curiosidade das crianças pela cultura brasileira é muito grande, mesmo das crianças que não nasceram no Brasil e que não têm vínculos com o Brasil, mostram interesse por outra cultura – observa Tatiana.

Ela destaca que o aspecto mais importante de tudo isso é justamente o estímulo à tolerância. “O estímulo à tolerância é a essência do meu trabalho. Sempre penso antes de contar uma estória. O que a pessoa vai ouvir pode aproveitar para a própria vida. As estórias carregam o histórico da humanidade. A despeito de toda a tecnologia de hoje em dia, as questões humanas permanecem, e os contos servem para isso, para nos lembrar das várias maneiras de absorver conflitos, e solucionar situações”, analisa Tatiana, acrescentando que independentemente da nacionalidade, há sempre uma maneira comum de olhar a vida.

Durante os encontros com as crianças, Tatiana desenvolveu o tema das raízes afro-descendentes. “Selecionei algumas estórias que tivessem personagens que falassem da descendência. Contei a estória da Mãe D’água, que tem a figura da sereia, que às vezes é Yemanjá, e às vezes é Mãe D’água. Outra estória foi a de Iroko, árvore vital que ajuda pessoas a encontrarem seus caminhos”, conta Tatiana.