Estou grávida, e agora?

Por Simone Raguzo

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Sonolência, enjoos, atraso menstrual, seios inchados e inúmeros outros sintomas podem ser indícios de gravidez. Se os sintomas não são novidade, a confirmação de estar esperando um bebê pode ser e trazer um grande susto, mesmo àquelas que planejaram a gestação.

Para as mamães de primeira viagem, surgem também muitas dúvidas, como foi o caso da arquiteta Eliana Gonçalves, 31 anos. Ela foi surpreendida pelo atraso da menstruação e muitas cólicas. “Tomava remédio e não passava. Esse sintoma foi sentido por uma amiga, que logo depois descobriu que estava grávida. Por isso, resolvi fazer o teste de farmácia que deu positivo”, conta.

Apesar de saber que este tipo de exame não garante 100% de eficácia, a tensão não deu trégua. “Fiquei uma hora com o resultado do teste nas mãos para ver se as listrinhas mudavam. Chorava, tremia, não dormi a noite toda”, lembra. A gravidez foi confirmada com o exame de laboratório. O primeiro a saber da notícia, foi o segundo maior interessado, o namorado e futuro papai. “Chamei ele no quarto e mostrei o teste. Ele me abraçou e chorou comigo. Nunca o vi tão nervoso e feliz ao mesmo tempo”.

Passado o susto inicial, começaram as perguntas. “Surgem todas as dúvidas possíveis. Passava o dia todo em sites de gestantes, pesquisando

sobre o assunto”, lembra. Mas, com a experiência, Eliana garante que só vieram coisas boas. “Quando recebi o primeiro presente, caiu a ficha. Nada foi planejado, mas antes mesmo do meu filho nascer, já tinha um amor por ele que nunca tinha sentido antes. É inexplicável. Só estando grávida para saber”, destaca a mãe do Miguel, hoje com um ano e cinco meses.

Pré-natal

Quantos quilos a mulher deve ganhar durante a gravidez? Qual a alimentação ideal? Que cuidados com o corpo são fundamentais? Posso garantir a saúde plena do meu filho? Essas são apenas algumas questões que ficam martelando na cabeça das mulheres que se descobrem gestantes.

Inicialmente, assim que descoberta a gravidez, deve-se procurar um médico para iniciar a assistência pré-natal. É ele que vai responder as inúmeras dúvidas e também checar a saúde da mãe e do bebê. O número total de consultas, preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não deve ser inferior a seis. Qualquer número abaixo desta cifra já é considerado como atendimento deficiente.

O ginecologista e obstetra, Rodrigo Lenharte, ressalta a importância da assistência pré-natal. “Esse acompanhamento visa assegurar que a gestação culmine no parto de um recém-nascido saudável, sem prejuízo à saúde da mãe”. Segundo o médico, o pré-natal consiste, em resumo, em uma tríade: prevenir, identificar e/ou corrigir anormalidades maternas ou fetais; instruir a paciente no que diz respeito à gravidez, ao trabalho de parto, atendimento ao recém-nascido e cuidados com a própria saúde; e promover um suporte psicológico adequado por parte do seu companheiro, e/ou sua família, especialmente na primeira gravidez.

Hora de mudanças físicas e psicológicas

As transformações hormonais do início da gravidez podem explicar, em parte, a presença de sintomas neste período. Eles estão em relação direta com a história pessoal da mulher, história do casal, momento que estão vivenciando, bem como o tipo de personalidade da gestante.

As futuras mamães podem apresentar hiperinsônia (sonolência intensa durante o dia). Durante à noite, entretanto, podem apresentar insônia. O atraso menstrual já começa a suscitar dúvidas. Podem surgir queimações estomacais, má digestão, azia, pernas pesadas e vontade de urinar várias vezes ao dia. Logo surgem as náuseas e os vômitos, que em alguns casos podem ser graves (hiperêmese gravídica). A instabilidade emocional e o maior apetite também podem ser vistos em algumas gestações, explica o médico.

Lenharte informa que assuntos como o ganho de peso e hábitos alimentares saudáveis devem ser abordados e as devidas orientações devem ser dadas durante o pré-natal. Geralmente, mulheres eutróficas (dentro da faixa de normalidade peso/altura) grávidas de feto único, o ganho de peso deve estar próximo aos 12 quilos durante toda gestação. “Porém, as estimativas de ganho de peso máximo e mínimo devem ser individualizadas de acordo com o Índice de Massa Corpórea (IMC) pré-gestacional. As correções, quando necessárias, devem ser realizadas com auxílio de nutricionista”, adverte.

Nasceu!

Após o nascimento do bebê, todo apoio e incentivo devem ser dados à mamãe, para que ela tenha êxito no ato de amamentar. “Amamentar é dar carinho e proteção à criança. É um ato de amor. A sua repercussão no desenvolvimento emocional da criança e no relacionamento mãe-filho a longo prazo é difícil de avaliar, muito embora, empiricamente, acredite-se que o ato de amamentar traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe”, salienta Lenharte.

Vários estudos têm mostrado o efeito protetor do leite materno contra a mortalidade infantil, especialmente nos países em desenvolvimento. Os resultados de inúmeras investigações realizadas em diferentes partes do mundo, com diferentes graus de desenvolvimento, sugerem proteção do leite materno contra infecções respiratórias e gastrointestinais.

Por fim, nas consultas regulares com o pediatra, as mamães receberão todas as informações a respeito do calendário de vacinação da criança, bem como poderão acompanhar o desenvolvimento de seu bebê.

Dicas nutricionais

- Estabeleça refeições definidas durante o dia; - Evite comer em demasia em determinadas refeições e permanecer longos períodos em jejum; - O ideal é ingerir pequenas porções de alimentos e líquidos, cinco ou seis vezes por dia; - Procurando não encher o estômago, você estará dando um grande passo para diminuir as náuseas e vômitos do primeiro trimestre. Da mesma forma, fuja ao jejum prolongado; - Não faça refeições baseadas em preparados industrializados, como doces, chocolates e salgadinhos; - Prefira os alimentos naturais que, além de poucas calorias, podem proporcionar os elementos nutricionais essenciais; - Fazendo assim, você e seu filho só terão a ganhar.