Estudante brasileira é morta por paramilitares na Nicarágua

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_170182" align="alignleft" width="250"] Raynéia Gabrielle Lima, de 30 anos, cursava o sexto ano de medicina. Foto: reprodução Facebook.[/caption] Uma estudante brasileira foi morta na Nicarágua na segunda-feira, 23. Raynéia Gabrielle Lima, de 30 anos, cursava o sexto ano de medicina e morreu após ser atingida por tiros disparados por "um grupo de paramilitares". A morte foi confirmada em nota pelo Itamaraty nesta terça-feira, 24. Segundo Ernesto Medina, reitor da Universidade Americana em Manágua (UAM), Raynéia morreu com "um tiro no peito que afetou o coração, o diafragma e parte do fígado". Em declarações ao canal 12 da televisão local, o reitor afirmou que a responsabilidade pela morte da estudante do sexto ano é dos paramilitares. "As forças paramilitares sentem que têm carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer nada, eles andam sequestrando e fazendo batidas", afirmou o reitor. A morte da Raynéia ocorreu em uma região ao sul de Manágua. Em sua entrevista para a televisão local, o reitor disse ainda que os paramilitares responsáveis pelo assassinato estavam na casa de Francisco López, tesoureiro da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o partido do governo. O assassinato de Raynéia ocorre durante uma crise sociopolítica no país, com manifestações contra o presidente Daniel Ortega – que está no poder desde 2007 em meio a acusações de abuso e corrupção. De acordo com a Associação Nicaraguense de Direitos Humanos, mais de 350 pessoas já morreram, entre elas, muitos estudantes. Em nota, o Itamaraty confirmou a morte da brasileira e disse que busca esclarecimentos com o governo nicaraguense. "Diante do ocorrido, o governo brasileiro torna a condenar o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança", diz a nota do ministério. Brasileira morre ao levar droga no estômago para Portugal A mãe de Raynéia, a aposentada Maria Costa, afirmou ao G1 ter falado pela última vez com a filha na manhã da segunda, 23. "Ela me disse que estava indo para o plantão eme dizia sempre que lá estava muito perigoso, que ninguém estava saindo na rua. Hoje de manhã, o ex-sogro me ligou dizendo o que tinha acontecido". No país desde 2013, a pernambucana se preparava para voltar ao Brasil em 2019, segundo a mãe. "Ela tinha acabado a faculdade e estava fazendo residência. Estava indo para o plantão quando falou comigo, era uma moça estudiosa e esforçada", lamentou a mãe. "Tiraram da rua o carro em que ela estava quando foi baleada. Eu quero que quem matou a minha filha seja punido. Seja o presidente, seja quem for", disse Maria Costa. Em nota, a Universidade Americana (UAM) disse que a morte de Raynéia "deixa [a instituição] cheia de dor porque é consequência das difíceis circunstâncias vividas pela Nicarágua". As bandeiras da UAM foram hasteadas a meio mastro como sinal "de luto e de dor". Com informações do G1. Leia também Polícia confunde e mata brasileira por engano em Portugal Brasileiros da FL descobrem Portugal como opção para investir