Estudantes brasileiros pedem ajuda ao Itamaraty para entrar nos EUA

Por Arlaine Castro

[caption id="attachment_170185" align="alignleft" width="291"] Universidade de Columbia (NY).[/caption] O sonho de estudar no exterior virou pesadelo para muitos estudantes brasileiros durante a pandemia de covid-19. O ano letivo está prestes a começar em várias faculdades americanas e ao redor do mundo, mas os alunos estão “presos” no Brasil e podem perder bolsas de estudos e a oportunidade do curso no exterior. Tanto estudantes que já cursavam e foram para o Brasil por causa da pandemia, quanto alguns que iniciariam os estudos neste outono - todos estão no limbo até o momento. São cerca de 20 mil brasileiros que estudam nos EUA, segundo o Itamaraty. Os estudantes buscam por uma negociação diplomática entre o Itamaraty e o governo dos EUA. “Já que eles falam que o governo brasileiro tem uma relação muito boa com os Estados Unidos, por causa da afinidade dos presidentes, queremos que o governo brasileiro consiga uma isenção dos estudantes brasileiros da restrição de viagem”, cobra. Em maio, o governo de Donald Trump anunciou a proibição da entrada de estrangeiros vindos do Brasil. As exceções são brasileiros com dupla nacionalidade e portadores de green cards. Apesar de muitas universidades americanas iniciarem as aulas somente online, alguns alunos já teriam aula prática, além de eventos esportivos que estão ligados às bolsas de estudos e sem a presença física, podem ser perdidas. Europeus e mexicanos conseguiram isenção “Os estudantes europeus acabaram de ser isentos da restrição pelo governo norte-americano. A Europa tem uma restrição exatamente igual ao Brasil”, contou ao Correio Braziliense Daniel Setton, 20 anos, cursa administração e marketing na University of Evansville, em Indiana. “Eles foram isentos por interesse nacional, segundo o governo americano. Ou seja, houve uma negociação entre a União Europeia e os Estados Unidos para que essa decisão fosse tomada. O que não está acontecendo no caso do Brasil”, compara. O estudante ainda questiona o motivo de o bloqueio não se aplicar ao México também, já que se justifica pela questão sanitária e o país ocupa o terceiro lugar na América Latina, em número de contaminados. “Nós clamamos pela isenção dos brasileiros. Educação é viagem essencial!”, defende. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores declarou ao Correio Braziliense que “acompanha atentamente a situação e está em permanente contato com as autoridades norte-americanas, em busca de soluções para esses e outros casos decorrentes de restrições migratórias e sanitárias impostas durante a pandemia de covid-19”. Já a Embaixada brasileira em Washington pontuou que as restrições de ingresso nos EUA foram estabelecidas pelo governo americano. Tratando-se, portanto, de uma decisão de soberania nacional.