Estudo: economia de países ricos ganha trilhões com mão de obra imigrante

Por Daniel Galvão

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Em 2016, as principais pautas da política internacional foram a grave crise de refugiados vivida na Europa e a situação de milhões de imigrantes indocumentados, especialmente com a eleição de Donald Trump nos EUA. Entretanto, na contramão do que os governos destes países costumam alegar para defender maior rigidez ou mesmo fechamento de fronteiras, um estudo sugere que a economia das nações mais desenvolvidas do planeta é beneficiada com a mão de obra de imigrantes.

Recém-publicado pelo McKinsey Global Institute (MGI), o estudo revela que os países mais desenvolvidos são beneficiados pela força de trabalho estrangeira. E mais: os imigrantes acrescentam ao PIB mundial a astronômica cifra de $3 trilhões de dólares. Ainda segundo, a migração não prejudica o emprego ou os salários da população dos países desenvolvidos, apesar dos efeitos negativos de curto prazo.

O levantamento mostra que os imigrantes recebem, em média, entre 20 e 30% menos do que os trabalhadores nativos. Ainda de acordo com o MGI, EUA e Canadá são, junto com os países da Oceania, as nações que mais bem integram os estrangeiros em seu mercado de trabalho graças aos procedimentos para reconhecimento da qualificação dos trabalhadores de outros países, que são mais simples do que na Europa.

No estudo fica claro que a migração gera benefícios para as nações desenvolvidas por inúmeras razões: até mesmo os trabalhadores menos escolarizados movimentam a economia ao liberar a população local para serviços de maior valor agregado. Vale ressaltar também que os refugiados representam somente 10% dos 247 milhões de imigrantes em todo o mundo. Pasmem, os outros 90% decidiram deixar seus países de origem por questões econômicas. Na prática, os imigrantes são responsáveis diretamente por 9,4% (ou 6.7 trilhões de dólares) do PIB mundial. Caso não tivessem escolhido se mudar para nações mais produtivas, segundo o estudo do MGI, esse número seria cerca de 4%, ou $3 trilhões de dólares, menor.