Estudo indica que grávidas de 11/9 passaram trauma ao feto

Por Gazeta Admininstrator

Mulheres que estavam perto das torres sofreram alterações hormonais
Um estudo feito com bebês de mulheres que sobreviveram aos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos indica que elas passaram o trauma do que viveram aos filhos durante a gravidez.
O estudo foi feito em 2002, com um grupo de crianças de um ano, por cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e da Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova York.

Os cientistas decobriram que as crianças tinham níveis de cortisol na saliva mais baixos do que o normal, um indicador da Síndrome do Estresse Pós-Traumático.

A anormalidade já havia sido notada em outros estudos, envolvendo filhos de sobreviventes do Holocausto, mas até então era atribuída à convivência com um pai deprimido ou ansioso ou pelo contato com histórias vividas pelos pais.

"A transmissão do trauma da mãe aos filhos era geralmente ligado à forma como a mãe se comunica com a criança, ou a outras conseqüências do trauma da mãe, como negligência ou comportamento inconsistente com o bebê", afirma um dos pesquisadores Jonathan Seckl, da Universidade de Edimburgo.

No entanto, esse estudo, diz Seckl, mostra que os efeitos aparecem desde muito cedo na vida da criança, num sinal de que o trauma teria sido 'transmitido' biologicamente.

As conclusões foram publicadas no Jornal de Metabolismo e Endocrinologia Clínica.

Inicialmente, os pesquisadores analisaram mulheres que estavam grávidas na época do atentado e verificaram que as que estavam do World Trade Centre, ou nos seus arredores, quando os aviões atingiram as torres, tinham índices de cortisol menores do que as que não estavam.

A mesma diferença foi em seguida verificada entre filhos das mães que estavam no local e os de mães que não estavam.

O cortisol é um hormônio indicador do estresse que ajuda o corpo a aumentar os níveis de açúcar no sangue para responder a um evento traumátuico, mas a substância também causa alterações de humor e memória.

As mudanças eram mais evidentes nos bebês cujas mães estavam nos últimos três meses de gravidez, dizem os pesquisadores.