Estudos vinculam consumo de bebidas açucaradas à obesidade

Por Gazeta News

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Assim como a taxa de obesidade nos Estados Unidos, o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas mais que dobrou desde os anos 70, e especialistas estão vinculando uma coisa a outra. Atualmente, 30% da população adulta sofrem com a obesidade. Três pesquisas sobre o assunto foram divulgadas no final de semana na edição online do “New England Journal of Medicine”.

O primeiro estudo, feito com mais de 33 mil americanos, homens e mulheres, indica que consumir estas bebidas açucaradas agiria nos genes, afetando o peso e ampliando a pré-disposição genética de uma pessoa engordar. Os outros dois estudos demonstraram que o fato de dar a crianças e adolescentes bebidas sem calorias, como água mineral ou refrigerantes com adoçantes, levaram a uma perda de peso.

A última pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade VU de Amsterdã (Holanda), com 641 crianças com idades entre quatro e 11 anos com peso normal, das quais a metade consumiu diariamente um quarto de litro de bebidas de frutas açucaradas e a outra metade a mesma quantidade de bebidas, mas com adoçantes no lugar do açúcar. Após 18 meses, as crianças que consumiram bebidas de baixas calorias ganharam 6,39 kg em média, comparativamente a um aumento de 7,36 kg registrado no grupo que ingeriu bebidas de frutas açucaradas.

“Chegou o momento de agir e apoiar vigorosamente a implementação das recomendações do Instituto de Medicina, do American Heart Association e da Obesity Society para reduzir o consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas entre crianças e adultos”, disse em um editorial publicado no “New England Journal of Medicine”, a doutora Sonia Caprio, do serviço de Pediatria da Universidade de Yale (nordeste dos Estados Unidos).

A American Beverage Association/ABA, grupo profissional que representa a indústria de refrigerantes e bebidas de frutas, rejeitou vigorosamente as conclusões destes estudos. “A obesidade não se deve unicamente a um só tipo de comida ou bebida”, escreveu a ABA em um comunicado, destacando que “as bebidas açucaradas têm um papel menor na alimentação dos americanos” e não representam, em média, mais que 7% das calorias absorvidas pelas pessoas nos Estados Unidos.