ETA vai a TV e declara paz.

Após cerca de quatro décadas de luta armada, o grupo separatista basco ETA - Pátria Basca e Liberdade - anunciou cessar-fogo permanente, que terá seu início amanhã. O anuncio foi feito, ontem, através de um vídeo e um comunicado onde confirma sua intenção de paz. Na parte final do mesmo texto o grupo afirma que “ a superação do conflito, aqui e agora, é possível”.

Apesar de toda a repercussão que teve essa iniciativa, o presidente espanhol, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, teve cautela ao comentá-la, salientando que agora começará “um processo longo e difícil”.

Durante quase 40 anos, o ETA vitimou cerca 800 pessoas com seus atentados, sendo o último realizado em 2003.Agora a organização separatista pede à Espanha e França, os dois países onde se encontra o território basco, que respondam de maneira positiva à trégua.

Conheça mais a trajetória do ETA

1959
O ETA é fundado, com a Espanha sob a ditadura do general Francisco Franco.

1961
Em sua primeira ação, militantes do grupo tentam descarrilar um trem no qual viajavam políticos.

1968
O chefe da polícia franquista em San Sebastián, Melitón Manzanas, é a primeira vítima do ETA.

1973
Em resposta à prisão de militantes, o grupo mata num atentado a bomba o primeiro-ministro espanhol, almirante Luís Carrero Blanco.

1978
Fundado o braço político do ETA, o Herri Batasuna (HB).

1985
Primeira explosão de um carro-bomba do grupo mata um turista e fere 16 guardas.

1987
Explosão em supermercado de Barcelona mata 21 pessoas. O ETA pede desculpas pelo “engano”.

1995
Fracassa uma tentativa de matar com carro-bomba o então líder da oposição conservadora, José Maria Aznar, que se tornaria primeiro-ministro no ano seguinte. O ETA falha também em atentado contra o rei Juan Carlos.

1997
Miguel Angel Blanco, vereador direitista, é seqüestrado e assassinado. Seis milhões vão às ruas da Espanha protestar contra o ETA.

1998
O ETA anuncia o seu primeiro cessar-fogo por tempo indefinido, suspenso depois de 14 meses.

2000
O tenente-coronel Pedro Antonio Blanco é assassinado em Madri com um carro-bomba.

2001
A União Européia declara o ETA um grupo terrorista.

2002
O juiz Baltazar Garzón cassa temporariamente o registro legal do Batasuna. No ano seguinte, a Suprema Corte torna a proibição permanente.

2003
Dois policiais são mortos no norte da Espanha, no último ataque fatal do ETA.

2005
O ETA anuncia o fim dos atentados contra políticos. O premiê José Luis Rodríguez Zapatero, socialista, acena com negociações, mas enfrenta protestos da sociedade civil.