Eu, você, e nosso dinheiro

Por Claudia Fehribach

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Temos uma relação emocional com nosso dinheiro. Ao longo da vida, já fomos feridos por algum tipo de relacionamento. Sentimentos como o medo, a raiva, a vergonha e a segurança já nos envolveram de alguma forma.
Pensando nisso, podemos fazer uma ligação desses mesmos sentimentos em relação à maneira como lidamos com o nosso dinheiro. Achar que o tratamento com o nosso dinheiro é algo extremamente racional é um engano. Lidamos com o dinheiro da mesma forma que lidamos com uma pessoa, pois esse relacionamento é mais emocional do que racional. Cerca de 56% dos divórcios são causados por problemas financeiros e pela má administração do lar. Seguem alguns motivos principais que contribuem para esta estatística: - Salário de “mentira” É comum casais não revelarem quanto ganham. Muitas vezes, para não ter que dividir tudo, há quem esconda o valor real do salário e dos benefícios que têm. Isso acontece principalmente entre casais onde um dos dois não se mostra muito organizado financeiramente. - Investimentos“escondidos” Geralmente, quem mente sobre a remuneração esconde também que tem alguma poupança e outros investimentos. O segredo é com o receio de que o cônjuge queira gastar parte de do dinheiro com algo que ele não sinta ser importante e prioritário, naquele momento. - Economia “forçada” Obrigar a outra parte a economizar é outro fator importante que pode destruir o relacionamento. Muitas vezes, pela falta de uma boa comunicação ou pela ausência de planos e projetos de vida em comum, uma das partes não entende esse movimento de economizar sem um foco definido e, não consegue colocar em prática aquilo que o outro deseja. O ideal é ter sonhos em comum. Só assim o ato de economizar terá um maior valor agregado. - Dívidas “camufladas” As dívidas são como uma bomba-relógio para o relacionamento. Por isso, muitas pessoas escondem do parceiro os débitos contraídos com medo da reação que o outro vai ter. Muitos acabam levando a sua família à falência por não falarem a verdade sobre a sua real situação financeira. A melhor forma de ser feliz com as finanças, em família, é falar a verdade. - Preço “alterado” Dizer que comprou um produto, mas mentir sobre o preço dele é frequente entre os casais. Nesse caso, você não está apenas enganando o seu cônjuge como também dificultando e postergando uma eventual recuperação no orçamento familiar. – Sonhos “individuais” Outro item interessante é sonhar sozinho e achar que o seu sonho é algo que vai deixar todos satisfeitos sem antes pedir a opinião do parceiro. Trocar de carro é algo muito legal e válido, mas, se existem outras prioridades no lar, esse item que seria muito bom torna-se motivo de brigas, discussões e separação. Antes de efetivar a compra de qualquer coisa, veja se o seu cônjuge está de acordo com aquilo. Seja sensível a situação e às necessidades da sua casa e veja quais são as reais prioridades. Às vezes, abrir mão de algo que você queira muito em detrimento da sua família vai gerar mais benefícios do que problemas e, certamente, você terá mais força e mais apoio para finalmente conseguir comprar aquilo que você tanto queria, no caso aqui, o carro novo. Eu diria que a chave para toda esta “problemática” é a comunicação! Conversem, planejem e executem... juntos. Uma ótima semana a todos!