EUA anunciam envio de alimentos à Coréia do Norte

Por Gazeta Admininstrator

Estima-se que 6,5 milhões de coreanos passem fome
Os Estados Unidos anunciaram que vão enviar 50 mil toneladas de alimentos à Coréia do Norte, mas negaram que a ajuda esteja vinculada às discussões sobre o programa nuclear norte-coreano.
"É um ato humanitário baseado em uma necessidade", afirmou um porta-voz do Departamento de Estado americano, Adam Ereli.

Segundo Ereli, trata-se do terceiro ano consecutivo que Washington fornece a Pyongyang a ajuda geralmente distribuída pelo Fundo de Alimentação da ONU (FAO). A mesma quantidade, 50 mil toneladas, teria sido enviada em 2004 e outras 100 mil no ano anterior.

Mais enfático, o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, afirmou que o presidente George W. Bush "não acredita que os alimentos devam ser usados como arma diplomática".

Apesar das declarações oficiais, muitos analistas acreditam que a medida seja uma espécie de gesto de boa vontade para convencer os norte-coreanos a voltar às negociações sobre o seu programa nuclear.

"Sugerir que haja algum tipo de justiça cega envolvida e que o governo dos Estados Unidos não pensa no benefício que terá com este gesto do ponto de vista político seria ingênuo", afirmou o ex-enviado americano ao país Jack Pritchard.

Pritchard disse à agência de notícias Reuters que a iniciativa pode ajudar a China e a Coréia do Sul, que participam das discussões multilaterais, a persuadir Pyongyang a retomar o diálogo que foi suspenso no ano passado.

Acredita-se que a Coréia do Norte tenha pedido mais ajuda ao vizinho do sul num encontro entre representantes das duas Coréias no início desta semana.

Os Estados Unidos são os maiores doadores de alimentos à Coréia do Norte, onde se estima que 6,5 milhões de pessoas, ou cerca de um terço da população do paós, passam fome.

A FAO diz que seus estoques de comida praticamente acabaram e que cinco milhões de pessoas estariam sem ajuda alimentar desde agosto.