EUA confirmam ligação entre zika e a microcefalia

Por Gazeta News

zika

O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmou, no dia 13, o vínculo entre o zika vírus e defeitos de nascimento, como a microcefalia.

No estudo do CDC publicado no New England Journal of Medicine, os especialistas do CDC concluem, “após uma revisão cuidadosa das evidências, que o Zika vírus é uma causa da microcefalia e de outros graves defeitos cerebrais nos fetos”.

De acordo com o diretor do CDC Tom Frieden, o próximo passo será realizar novos estudos para determinar se as crianças nascidas com microcefalia de mães infectadas com o Zika “são a ponta do iceberg do que poderíamos ver sobre efeitos nocivos no cérebro e outros problemas de desenvolvimento”, afirmou.

Nos últimos dias o CDC disse que o Zika é mais assustador do que se pensava no início e que o vírus deve ser levado mais a sério.

Em um evento com a imprensa na Casa Branca, o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), Anthony Fauci, disse que o vírus tem uma “tendência extraordinária a atacar tecido neural”. Algo que foi comprovado nos fetos, mas também em alguns casos de adultos que apresentaram “complicações além da síndrome de Guillain-Barré” já relatados.

Além disso, disse Fauci, alguns estudos mostraram que o vírus permanece mais tempo circulando em mulheres grávidas do que naquelas que não estão em gestação, embora até agora não haja conclusões sobre o efeito que isso pode ter.

Segundo afirmou o CDC, a confirmação do vínculo entre o vírus e defeitos como microcefalia não se deve a uma única evidência que fornece provas conclusivas. Mas chegaram à conclusão – e com tanta segurança que decidiram ser os primeiros a anunciar – depois de analisar o crescente número de estudos sobre o tema, avaliando-os através de “critérios científicos estabelecidos para apoiar as conclusões dos autores”.

A confirmação deste vínculo não significa, segundo o CDC, que toda mulher grávida e infectada com Zika vai ter um bebê com problemas de má-formação, como demonstram os muitos casos de nascimentos de bebês saudáveis. Mas serve para reforçar as medidas preventivas, disse Frieden.

Os EUA manterão as recomendações já emitidas para as grávidas, que aconselham evitar, na medida do possível, viajar a áreas onde há o zika vírus e proteger-se das picadas se não podem evitar a viagem ou vivem em áreas de risco. Se o companheiro da grávida viajou para uma área com o vírus, recomenda-se abster-se de relações sexuais durante a gravidez ou usar preservativo.