EUA criticam cobertura jornalística de julgamento de Saddam

Por Gazeta Admininstrator

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, expressou nesta sexta-feira sua indignação pela cobertura jornalística do julgamento do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, afirmando que a imprensa deu "mais importância às reclamações de Saddam que às vítimas do processo."

"Foi dedicado mais espaço e mais tempo de transmissão às declarações mentirosas de Saddam Hussein que às próprias vítimas", afirmou McCormack durante coletiva de imprensa.

Na sétima audiência de seu julgamento, nesta sexta-feira em Bagdá, Saddam qualificou os americanos de "mentirosos" e fez ofensas ao presidente americano, George W. Bush, ao seu pai, o ex-presidente George Bush, e ao vice-primeiro ministro de Israel, Shimon Peres.

Foco

"Vi reportagens sobre o assunto na TV a cabo, nas capas dos jornais, vi muitos artigos sobre o tema", afirmou McCormack. "As reportagens são distorcidas, desviam a atenção do verdadeiro assunto", afirmou.

"O verdadeiro assunto, as vozes que deveriam ser escutadas, são aquelas das vítimas de Saddam Hussein", disse o porta-voz, acrescentando que o ex-ditador iraquiano "é um dos assassinos mais violentos deste século ou de qualquer outro século".

Segundo McCormack, mais espaço deveria ser dedicado "às horríveis histórias de mulheres violentadas e agredidas, de pessoas que tiveram a pele coberta com plástico derretido para que fosse arrancada", afirmou.

"É isso que está em julgamento, não o governo americano nem o governo iraquiano. É Saddam Hussein", disse.

O Tribunal Especial Iraquiano anunciou nesta quinta-feira que a próxima audiência do julgamento de Saddam e de seus sete colaboradores acontecerá em 24 de janeiro.