EUA decidem usar reservas e preço do petróleo cai

Por Gazeta Admininstrator

Plataformas de petróleo foram danificadas pelo furacão Katrina
Depois de atingir o valor recorde de US$ 70,85 na terça-feira, o preço do barril de petróleo voltou a cair nesta quarta-feira para menos de US$ 70 em Nova York.
No pregão desta quarta-feira, o barril chegou a US$ 70,65,mas fechou em US$ 68,94, uma queda de 87 centavos.

A queda ocorreu depois de o governo americano anunciar que abrirá suas reservas estratégicas para compensar as perdas na produção causadas pelo furacão Katrina.

O petróleo da reserva estratégica será enviado para as refinarias que normalmente receberiam suprimentos das plataformas marítimas no Golfo do México, que foram fechadas com a passagem do furacão.

À deriva

As primeiras avaliações sobre o furacão Katrina nos Estados Unidos indicam danos generalizados a instalações de produção e refino de petróleo no Golfo do México.

Segundo a Guarda Costeira americana, sete plataformas estão à deriva e oito refinarias estão fechadas.

Fotos aéreas mostram danos significativos na plataforma Mars, da Shell, que normalmente produz 220 mil barris de petróleo cru e 220 milhões de pés cúbicos de gás por dia.

Para alguns analistas, apesar da atenção dada aos preços do petróleo, o abastecimento de gás natural deve ser muito afetado pelo furacão, porque não há reservas estratégicas.

Moedas asiáticas

A alta do petróleo na terça-feira pressionou as moedas de países da Ásia na abertura dos mercados nesta quarta-feira.

Analistas estão preocupados porque as economias da Ásia dependem de petróleo e os preços recordes devem afetar seu desempenho.

Ainda nesta quarta-feira, a rúpia da Indonésia voltou a ser afetada, depois de ter desabado para seu nível mais baixo em quatro anos na terça-feira.

O risco de contágio pesou sobre as demais moedas da Ásia, provocando a depreciação do dólar de Taiwan, do peso das Filipinas, do won da Coréia do Sul e do dólar de Cingapura. O dólar americano manteve alta em relação ao iene japonês.

"As moedas da Ásia, com economias dependentes de petróleo, estão sob a espada, com fragilidade em todas elas, com o iene sob pressão e a rúpia entrando em colapso", diz análise de estrategistas do ANZ Bank.

A Ásia importa a maior parte de suas necessidades de petróleo – mesmo a Indonésia, que produz petróleo, importa derivados – e o aumento dos preços significa que mais dólares americanos são necessários para pagar as importações.

Além do aumento, alguns países da Ásia subsidiam, na prática, os preços do petróleo ao consumidor.

O governo da Indonésia anunciou aumento dos preços do petróleo e o banco central do país, que subiu os juros na terça-feira, prometeu novos aumentos se necessário.