EUA desistem do plano de monitoramento de visitantes estrangeiros

Por Gazeta Admininstrator

Oficiais de segurança doméstica desistiram dos planos de desenvolver um sistema de reconhecimento facial e impressões digitais para determinar se a vasta maioria dos visitantes estrangeiros deixam ou não o país, dizem oficiais.

Monitorar visitantes tornou-se uma urgência especial após os ataques terroristas de 11 de setembro, quando ficou claro que alguns dos seqüestradores do avião haviam permanecido no país após seus vistos expirarem.

Porém nos dias de hoje, oficiais do Departamento de Segurança Nacional disseram que não possuem o dinheiro e nem a tecnologia necessários para implementar sistemas de monitorações nas 50 fronteiras mais críticas. A grande maioria dos visitantes estrangeiros entram e saem do país por terra, via México e Canadá, e a mudança na política significa que os oficiais permanecem impossibilitados de monitorar as saídas.

Um relatório distribuído na quinta-feira pelo Tribunal de Contas do governo, braço investigativo independente do Congresso, ilustrou novamente tais fatos, dizendo que a administração acredita que levará entre 5 e 10 anos para desenvolver uma tecnologia que permitirá um sistema de monitoração de saídas efetivo.

Oficiais de segurança doméstica, que estabeleceram verbas de US$1,7 bilhões desde o ano fiscal de 2003 para monitorar chegadas e saídas, argumentam que a criar o programa com a tecnologia existente seria proibitivamente caro.

Eles afirmam que seriam necessários funcionários a mais, novas instalações e estradas nas fronteiras, e que isso provavelmente atrasaria o fluxo vital de comércio nos locais.

O Congresso ordenou a criação de tal sistema em 1996.

Durante uma entrevista na semana passada, o secretário-assistente da polícia de segurança nacional, Stewart A. Baker, estimou que um sistema de monitoração nas fronteiras custaria "dezenas de bilhões de dólares" e disse ainda que o departamento chegou à conclusão de que o programa seria impraticável no momento.

"É um conjunto de custos assombroso, tanto para o governo dos EUA quanto para a economia", disse Stewart. "O Congresso disse: 'queremos que vocês o façam'. Não vamos ignorar o pedido do Congresso. Porém os custos são extremamente altos".

A analista de políticas do Centro de Estudos de Imigração, Jessica Vaughn, argumentou que o governo há muito tem sido respeitador da opinião das grandes empresas e grupos de viagens, que afirmam que tal tecnologia poderia atrapalhar o comércio e o turismo.

"Acredito que a questão do custo é uma mera desculpa para não fazerem nada", disse Vaughn, cujo grupo defende o combate à imigração.