EUA encontram novo cárcere de horrores em Bagdá

Por Gazeta Admininstrator

EUA encontram novo cárcere de horrores em Bagdá
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da Folha Online

Forças americanas e iraquianas invadiram na quinta-feira (8) uma prisão mantida pelo governo iraquiano em Bagdá (capital), onde encontraram 625 prisioneiros amontoados em um espaço minúsculo --alguns deles com sinais de abuso e maus-tratos--, segundo o jornal "New York Times".

Dos 625 prisioneiros encontrados, 75 foram transferidos para o centro de detenção de Rusafa, também em Bagdá, e 56 foram libertados depois que juízes iraquianos determinaram não ser mais necessário que eles ficassem presos. O restante terá sua ficha criminal revista.

De acordo com as informações obtidas pelo jornal e publicadas nesta segunda-feira, 13 dos detidos tinham sofrido "muitos abusos e maus-tratos", e tiveram que ser internados em hospitais de Bagdá.

Não é a primeira vez que soldados americanos encontram um presídio iraquiano onde os presos apresentam sinais de maus-tratos. No mês passado, militares encontraram, dentro de um bunker no prédio do Ministério do Interior em Bagdá, ao menos 173 presos, a maioria iraquianos de orientação sunita. Vários deles apresentavam sinais de tortura e maus-tratos.

O centro de detenção verificado na última quinta-feira fica situado a leste do rio Tigre, segundo o "New York Times", e é gerenciado por um comando do Ministério iraquiano do Interior. Esses oficiais, diretamente ligados ao órgão do governo, têm mais poder que a polícia iraquiana.

Após a divulgação da notícia sobre os prisioneiros, líderes sunitas locais culparam o governo xiita de prender e torturar sunitas.

Milícias

O atual ministro iraquiano do Interior é Bayan Jabr, membro do Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque, um partido de orientação xiita, que tem um braço armado, supostamente treinado pelo Irã, a Organização Badr.

Autoridades iraquianas têm dito que o ministério recruta membros da Organização Badr e de outras milícias xiitas, e dá poder de polícia a esses grupos, cujo objetivo principal seria o de torturar e matar árabes sunitas.

Até o momento, o Ministério iraquiano do Interior não comentou a notícia sobre os presos, divulgada primeiramente no site do jornal "The Washington Post" na noite deste domingo.

A investigação sobre a manutenção dessas prisões secretas pelo Ministério iraquiano do Interior começou a ser realizada no mês passado e, segundo informações obtidas pelo "New York Times", não teria sido completada até o momento.

O tenente-coronel Guy Rudisill, porta-voz para o sistema americano de detenção no Iraque, disse não saber o que levou os soldados a invadirem a prisão iraquiana na última quinta-feira e afirmou que a equipe estava sendo liderada por funcionários do Ministério iraquiano dos Direitos Humanos.