EUA: Falhas em execução por injeção letal põem em xeque a prática

Um incidente na última semana trouxe novamente à tona a discussão sobre o uso da injeção letal como meio de aplicação da pena de morte nos EUA.

Ronald Smith, de 45 anos, tossiu e ficou ofegante por 13 minutos durante sua execução, na quinta-feira, 8, no estado do Alabama, de acordo com testemunhas.

Smith foi condenado à morte pelo homicídio de um homem em uma loja de conveniência em 1994. Sua execução levou 34 minutos e durante 13 minutos, o condenado aparentemente lutava para respirar, de acordo com o jornalista Kent Faulk, do portal al.com.

O porta-voz do departamento negou a afirmação de que ele sofreu e disse que foi seguido o protocolo de execuções estipulados por lei.

A discussão envolve as substâncias usadas na injeção. Muitas companhias farmacêuticas que fornecem têm sede na Europa, onde a pena de morte já foi abolida.

Com isso, tem aumentado a escassez de algumas substâncias usadas nas injeções letais, em parte devido ao fato de que as companhias se negam a vender as drogas.

Muitos estados, como o Alabama, usam a mistura de três tipos de drogas, com a finalidade de fazer com que a pessoa inicialmente durma, em seguida o paralisa e a terceira para seu coração.

O Alabama usa o sedativo midazolam para a primeira fase. Os críticos asseguram que esta droga não induz ao estado profundo de inconsciência antes de que as outras drogas sejam administradas.

As últimas palavras de Smith, quando consultado se tinha algo a dizer por último, foram "não, senhora", mas seus lábios continuaram a se mover antes e depois da administração das drogas.

O jornalista que acompanhou o processo chegou a mencionar que Smith "apertou o punho depois da primeira injeção", afirmou Faulk. "Às vezes, seu olho esquerdo também parecia estar levemente aberto", escreveu.

Outros dois estados, Virgínia e Ohio, também planejam começar a usar o midazolam no início do próximo ano, fato que tem causado polêmica.

Desde janeiro de 2014, os Estados Unidos já tiveram várias execuções sem êxito incluindo as de Dennis McGuire, que morreu depois de 25 minutos, e de Clayton Lockett, que levou 43 minutos para ir a óbito.

Fonte: Agência Reuters.