EUA registra número recorde de assassinatos de LGBT

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_146963" align="alignleft" width="379"] Manifestantes saíram às ruas em todo o país em defesa pelos direitos da comunidade LGTB. Foto: Reuters.[/caption]

Pelo menos 77 pessoas da comunidade LGBT foram mortas nos Estados Unidos em 2016, revelou nesta segunda-feira, 12, o National Coalition of Anti-Violence Programs (Coalizão Nacional de Programas Antiviolência).

A quantidade é a maior já relatada em 20 anos desde o início dos registros e foi reforçada pelas mortes de 49 pessoas no ataque à boate gay Pulse, em Orlando, em junho do ano passado.

Sem contar as vítimas da Pulse, em 2016 houve um aumento de 17% de assassinatos, com 28 norte-americanos que se identificavam como lésbicas, gays, bissexuais ou transgênero, em relação aos 24 mortos de 2015, de acordo com o relatório anual. A quantidade de assassinatos do ano passado foi a mais alta desde 2012, quando 25 pessoas LGBT foram assassinadas.

Ao incluir as vítimas da Pulse, os assassinatos subiram 217 % em 2016. Nem todos os mortos no ataque ao clube eram LGBT.

Segundo o relatório, dos assassinatos de 2016 não ligados à boate, 79% das vítimas eram negros ou hispânicos e 68% eram transgêneros. Negros, LGBT´s e pessoas com deficiência foram duas vezes mais propensas que os brancos a serem vítimas de assédio e formas de violência não fatais. A maioria das vítimas conhecia seus atacantes, que geralmente incluíam empregadores, vizinhos, proprietários e familiares.

"A tragédia enorme da boate Pulse, somada à violência diária e à discriminação que permeiam nossas vidas como pessoas LGBT criaram uma tempestade perfeita de medo e trauma para nossas comunidades este ano", disse Melissa Brown, do Projeto Antiviolência da Cidade de Kansas, um membro da coalizão, em um comunicado.

A divulgação do relatório se dá no mesmo dia em que o ataque a tiros mais letal na história moderna dos EUA, o da boate Pulse, em Orlando, completa um ano.

O Programa Nacional publica o relatório desde 1997, e revela que as pessoas LGBT continuam vulneráveis à violência em 2017, especialmente no que descreveu como o "clima político incendiário" atual no país.

No último domingo, 11, dezenas de milhares de pessoas marcharam em Washington e em outras cidades norte-americanas emdefesa dos direitos da população LGBT.

Com informações da Reuters.