EUA prenderam 40% a mais de indocumentados no ano fiscal de 2017

Por Gazeta News

imagem numeros ICE

O Department of Homeland Security (DHS)divulgou os números oficiais de suas operações realizadas no ano fiscal de 2017 – período que encerrou em setembro – e indicou um aumento de 40% nas prisões de indocumentados em todo o país.

De acordo com o relatório do ICE lançado na terça-feira, 5, a administração Trump tem prendido mais imigrantes indocumentados, cumprindo o prometido desde a campanha presidencia, “aumentando a segurança das fronteiras, implementando um sistema de imigração baseado em mérito e fechando lacunas que incentivassem a imigração ilegal”.

De outubro de 2016 a setembro de 2017 (período do ano fiscal), 143.470 pessoas foram detidas, número 40% maior do que no ano fiscal de 2016. O número de deportados foi de 226.119. No mesmo período do ano passado, sob a administração de Barack Obama, o número foi de 77.806 pessoas presas.

Houve aumento também na prisão de criminosos membros de gangues, traficantes de pessoas (coiotes) e traficantes de drogas. Segundo o relatório, desses presos, 89% tinham alguma pendência judicial ou ficha criminal (que inclui ordens de deportação em aberto). Dentre os crimes estão posse, consumo ou tráfico de drogas (76.503), roubo e crimes sexuais e violência doméstica (48.454), homicídio (1886) e outros crimes sérios. O ICE prendeu, ainda, 800 integrantes de gangues, 80% a mais que no ano anterior.

A secretária interina do DHS, Elaine Duke, reforçou os bons resultados. "Nós vimos claramente os resultados bem-sucedidos do compromisso do presidente em apoiar os oficiais da linha de frente e agentes do DHS na medida em que aplicam a lei e protegem nossas fronteiras. Temos a obrigação de manter a integridade do nosso sistema de imigração, mas devemos fazer mais para intensificar e fechar lacunas para proteger o trabalhador americano, nossa economia e nossas comunidades", disse.

Thomas Homan, diretor do ICE, afirmou que o país está “cumprindo a lei” e que 73% dos imigrantes presos tinham uma condenação criminal - a maioria deles, por infrações de trânsito ou pelo próprio fato de estarem em situação ilegal no país. Ele negou que esteja promovendo uma retaliação contra imigrantes.

Porém, em entrevista a um programa de TV, Homan afirmou que qualquer pessoa que está no país ilegalmente está sujeita à remoção. “Nós vamos encontrá-los em suas casas, em seus empregos. Se alguém está no país ilegalmente, isso é um crime por si só”, disse.

Fronteira

Ronald Vitello, do Customs and Border Protection (CBP), disse que pelo menos 300 mil indocumentados foram barrados na fronteira ou próximo a ela. Esse número é menor que o ano anterior, já que o número de tentativas também diminuiu.

Os dados divulgados também revelaram que houve declínio nas deportações por ordem judicial no último ano - 226 mil - em comparação com240 mil do ano anterior.

Dados do CBP revelam que o fluxo de crianças desacompanhadas e famílias oriundas da América Central continua alto. Apreensões familiares e casos inadmissíveis atingiram 104,997 ao longo da fronteira sudoeste. Outras 48.681 crianças desacompanhadas foram apreendidas por agentes na fronteira.

Cidades-santuário

O governo americano voltou a atacar a existência das “cidades-santuário”, que protegem imigrantes indocumentados. Segundo o ICE, de 8.170 prisões realizadas nessas cidades, apenas 6% foram encaminhados para a Imigração, ou seja, há 7.710 imigrantes indocumentados e criminosos à solta.