EUA querem fazer buscas em navios fora de suas águas territoriais

Por Gazeta Admininstrator

Os EUA querem procurar navios estrangeiros além dos limites de suas águas territoriais para evitar um eventual ataque terrorista contra o país vindo do mar, disse nesta quarta-feira o comandante da Guarda Costeira americana na região do Pacífico, Harvey Johnson.

Johnson, que vigia rotas comerciais com a Ásia no Pacífico, disse que a política dos EUA é "empurrar" as fronteiras marítimas para fazer buscas em embarcações estrangeiras "o quanto for possível" --ele sugeriu uma distância de 2.000 milhas náuticas (cerca de 3.700 quilômetros).

Em agosto, o governo americano sugeriu a instalação de sensores em plataformas petrolíferas e em bóias meteorológicas para detectar ameaças à segurança dos EUA vindas do mar e o uso de satélites para rastrear embarcações suspeitas.

Segundo o comandante, há "ampla justificação" para se preocupar com uma ameaça terrorista. "E acredito que a via marítima seria o caminho para tal ameaça", disse.

Segundo Johnson, se o risco de um navio de bandeira estrangeira for considerado baixo, os EUA podem optar por fazer a revista na embarcação a cerca de 12 milhas do país, já dentro de águas territoriais americanas. Ele acrescentou, no entanto, que preferiria fazer essa revista a uma distância muito maior do país.

Os governos precisam pedir permissão ao país de origem da embarcação para fazer buscas em seu interior. Enquanto estão em águas internacionais, os navios são vistos como extensões de seus territórios soberanos e abordagens sem permissão podem provocar crises diplomáticas.

"Não quero provocar brigas. Falo apenas do ponto de vista das operações", disse Johnson à agência de notícias Reuters. "Não estou tentando fazer pressão para conseguir permissão para fazer buscas em navios estrangeiros. O que quero é tempo suficiente para interditar o navio."

O comandante lembrou que os parâmetros exatos para que esse tipo de abordagem fosse permitida teriam de ser negociados, dentro do quadro de leis marítimas.