
A peste negra, que causou cerca de 50 milhões de mortes na África, Ásia e Europa no século 14, ainda faz vítimas na atualidade, inclusive nos Estados Unidos. O país registrou, somente este ano, 15 casos da doença, quatro resultaram em morte, segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) do governo americano.
O último grande surto da peste negra foi registrado na China e na Índia, no século 19, que matou mais de 12 milhões de pessoas. A doença, contudo, não virou somente parte história. Ainda é endêmica em Madagascar, na República Democrática do Congo e no Peru, além dos EUA.
A bactéria responsável pela doença - Yersinia pestis - entrou nos EUA em 1900, por meio de barcos a vapor infestados de ratos. "A praga era bastante presente, com epidemias em cidades portuárias da costa oeste. Mas o último surto urbano da praga foi em Los Angeles em 1925. Daí se espalhou por meio de ratos do campo, e assim se entrincheirou em partes do país", afirma Daniel Epstein, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo Epstein, o conselho é se precaver contra mordidas de pulgas e não manusear carcaças de animais em áreas endêmicas da praga. Essas áreas nos EUA são os estados do Novo México, Arizona, Califórnia e Colorado. Todos os casos de 2015 no país foram registrados nesses estados, segundo o CDC.
A doença
Se não for tratada, a doença tem um índice de mortalidade de 30% a 60%. Antibióticos, contudo, são efetivos se há diagnóstico precoce.
Mais de 80% dos casos nos EUA são de peste bubônica, a forma mais comum da doença, que afeta os nódulos linfáticos e causa gangrena. Mas, há outros dois tipos, a séptica, que causa infecção no sangue, e a pneumônica, que afeta os pulmões.
A doença pode ser difícil de identificar em seus estágios iniciais, porque os sintomas, que normalmente se desenvolvem após sete dias, parecem com o de uma gripe comum - um teste de laboratório pode confirmar o diagnóstico.
A maioria dos casos ocorre no verão, quando as pessoas passam mais tempo em áreas externas.
A pesquisa sobre a doença está em um estágio "vibrante", afirma o Epstein, com cientistas trabalhando em diagnósticos e vacinas humanas efetivas.
Fonte: BBC