EUA rejeitam comissão independente para investigar Guantánamo

Por Gazeta Admininstrator

O governo americano rejeitou nesta terça-feira a idéia de criar uma comissão independente para investigar supostos abusos de prisioneiros cometidos por soldados na prisão americana de Guantánamo, em Cuba.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, afirmou que o Departamento de Defesa tem em curso dez investigações a respeito das acusações de abusos. "O Departamento está cuidando bem destes temas", disse McClellan, em meio às crescentes críticas sobre a base naval em Guantánamo.

Segundo o porta-voz, o Pentágono "trabalha sobre estas questões, retém as pessoas que devem prestar contas e toma medidas para evitar que se cometam novos abusos".

Democratas no Congresso americano exigiram que uma comissão independente fosse formada para investigar os abusos.

Nesta terça-feira, a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, da Califórnia, afirmou que uma comissão seria crucial para responder questões sobre a atmosfera que permitiu os abusos, o treinamento dos soldados e o tempo de prisão dos suspeitos detidos em Guantánamo --a maioria deles sem acusação formal.

"Essas questões são importantes porque a segurança de nosso país depende de nossa reputação e de como somos vistos, principalmente no mundo muçulmano", afirmou Pelosi.

Prisão

Atualmente, Guantánamo abriga cerca de 540 detentos. Muitos deles estão presos há mais de três anos sem receber acusação formal

A maioria foi capturada pelos EUA e pelas forças aliadas no Afeganistão, entre 2001 e 2002, e foram enviados a Guantánamo para a extração de informações sobre a rede terrorista Al Qaeda [de Osama bin Laden].

Um recente relatório do Pentágono forneceu detalhes de incidentes nos quais soldados americanos em Guantanámo desrespeitaram o Alcorão [livro sagrado dos muçulmanos].

Em maio, a AI (Anistia Internacional), chamou o centro de detenção de "gulag dos nossos tempos".