Brasileiros nos EUA sentem a melhora do mercado

Empresários e trabalhadores aproveitam momento de baixo desemprego no país

Por Arlaine Castro

O empresário Augusto Alagia durante treinamento para funcionários na The Captain Painter em Fort Lauderdale.

Em meio a uma crescente recuperação econômica, os Estados Unidos vivem um período marcante para a economia - a taxa de desemprego em 3,5% no mês de setembro foi a mais baixa dos últimos 50 anos, segundo o Relatório Mensal de Situação do Emprego divulgado no mês passado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS) e mostra um crescimento de vagas de emprego e participação da força imigrante no mercado de trabalho americano.

A melhora tem sido tanto para estrangeiros - cuja taxa de desemprego diminuiu de 4,1% para 3,5% de 2017 para 2018 - como para nacionais, que viram diminuição de 4,4% para 4,0% no desemprego no mesmo período, segundo o Departamento do Trabalho.

Mais vagas do

que desempregados

No geral, foram criadas 136.000 novas vagas de empregos em setembro, diz o censo. Os dados apontam que há cerca de 1,6 milhão a mais de vagas de emprego do que as pessoas desempregadas para o cargo. Além de mais vagas de empregos, os salários estão melhorando. Em maio do ano ano passado, trabalhadores com baixos salários tiveram os aumentos salariais mais rápidos, segundo o governo.

Comemorando os bons números, a Casa Branca emitiu nota em que consta o percentual de 3,5% de desemprego em setembro como o 19º mês consecutivo em ou abaixo de 4% do desemprego. A taxa é a mais baixa desde maio de 1969 - há mais de 50 anos. "Todos os americanos estão se beneficiando da melhoria contínua do mercado de trabalho. As menores taxas de desemprego registradas foram comparadas ou definidas em setembro de 2019 para afro-americanos, hispânicos e pessoas com deficiência", informou em nota a residência oficial do presidente.

Brasil entre os países

que mais geram

empregos nos EUA

Em 2018, havia 28,2 milhões de pessoas nascidas no exterior na força de trabalho dos EUA, o que compreende 17,4% da população atuante no mercado, de acordo com o censo. Para efeito de comparação, essa taxa era de 17,1% em 2017 e somente de 13,3% no ano 2000.

Mas o aumento da atuação estrangeira - com destaque para o Brasil- está também na criação de empregos em solo americano. Em 2015 (último ano dos dados), o Brasil foi o segundo país que mais gerou empregos, atrás apenas do México, segundo dados do Mapa Bilateral de Investimentos Brasil / USA 2019, desenvolvido pela Apex-Brasil em parceria com o Brazil-U.S Business Council e a Amcham Brasil, divulgado este ano. Empresas brasileiras, em 2015 detinham US$ 102,2 bilhões em ativos nos Estados Unidos, o dobro de 2009.

Por outro lado, as empresas dos EUA alocaram uma parcela maior de seus ativos no México e na China - o Brasil ficou em terceiro lugar como país de investimento para empresas americanas.

Flórida lidera vagas

em multinacionais

brasileiras

A estimativa de empregos gerados por multinacionais brasileiras nos estados dos EUA considera um maior número entre 2008 e 2017 nos estados da Flórida, Texas, Maryland e Geórgia, com um total de 2.052, 1.625, 1.356 e 702 empregos, respectivamente.

De acordo com o estudo da Apex, a maior concentração de anúncios de investimentos *Greenfield ocorreu em 2011, quando o total de investimentos das empresas brasileiras nos EUA atingiu US$ 1 bilhão, e o menor foi observado em 2016, com menos de 15% desse valor.

*Greenfield investment - é um tipo de investimento direto estrangeiro (IED) no qual uma empresa-mãe cria uma subsidiária em um país diferente, construindo suas operações desde o início.Leia a matéria completa no site.