Estados Unidos suspendem treinamentos com militares sauditas após ataque na FL

Três soldados americanos foram mortos por um membro da Força Aérea Saudita

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A decisão afeta cerca de 300 estudantes militares da Arábia Saudita.

O Pentágono decidiu suspender temporariamente o treinamento de todos os militares sauditas que estão no território dos Estados Unidos, após o tiroteio em Pensacola, sudeste da Flórida, no qual três jovens soldados americanos foram mortos na sexta-feira, 6, por um membro da Força Aérea Saudita.

A suspensão começou a valer na segunda-feira, 9, e afeta 300 estudantes militares da Arábia Saudita que participam desses treinamentos em bases norte-americanas, incluindo os pilotos, que não poderão voar. No entanto, eles poderão continuar assistindo as aulas teóricas.

Funcionários do Pentágono disseram que uma investigação de segurança está em curso com a cooperação do governo saudita. Segundo a agência Reuters, a tenente Andriana Genualdi, porta-voz da Marinha, chamou a decisão de uma "parada de segurança".

A expectativa, de acordo com a Associated Press, era de que os treinamentos recomeçassem nesta semana. Porém, a ordem de interromper as aulas não tem prazo de validade, diz a agência. Alunos de outras nacionalidades continuarão com o curso.

O governador Ron De Santis confirmou que o assassino participava de um programa de treinamento na base da Marinha. "Obviamente, haverá muitas perguntas sobre esse indivíduo ser estrangeiro, fazer parte da Força Aérea Saudita e depois estar aqui treinando em nosso solo", disse.

Motivação

desconhecida

O assassino morreu após trocar disparo com forças de segurança, e autoridades acreditam que ele tenha agido sozinho. A motivação do ataque continuava desconhecida até a última atualização desta reportagem.

As mortes geraram mais um mal estar sobre a postura dos EUA em relação à Arábia Saudita, criticada tanto por governistas quanto por opositores. Os dois países mantiveram laços mesmo após a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, no ano passado, em um caso em que se suspeita que o regime da família bin Salman esteja por trás.

"O governo da Arábia Saudita precisa melhorar as coisas para essas vítimas. Eles têm uma dívida aqui, já que esse era um dos seus indivíduos", acrescentou.

O presidente Donald Trump recebeu um telefonema do Rei Salman dizendo que a pessoa não representa o povo saudita.