Entregue a outra família quando bebê, brasileiro busca pelos pais biológicos nos Estados Unidos

O pai é americano e seria oficial aposentado da Marinha dos EUA, diz Flávio Monteiro, deixado em Vitória (ES)

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Flávio Monteiro, 51 anos, veio para os EUA em busca dos pais biológicos.

"Sou um homem de duas histórias, duas idades, duas cidades, mas na busca incessante de uma verdadeira identidade". Assim se apresenta Flávio Monteiro, de 51 anos, que está há quase oito atrás de informações que o levem aos seus pais biológicos nos Estados Unidos.

Atordoado em busca de sua verdadeira história de vida, Monteiro entrou em contato com o Gazeta News contando que os seus pais biológicos - então chamados Frank Will Fastener, americano hoje com 89 anos, e Rosana, brasileira sem sobrenome conhecido, - o deixaram ainda bebê no ano de 1968 com uma família na Ilha do Príncipe, próximo ao Porto de Vitória, na periferia da capital do Espírito Santo.

Em meio às indagações de sua verdadeira origem, há dois anos o brasileiro se mudou para Cumberland, Rhode Island.

A "adoção"

"Como muitas crianças, cresci inserido numa família formada de pai, mãe e irmãos. Ainda criança, mas já observador, percebia as minhas diferenças físicas em cor, estatura, comparados aos meus pais e irmãos. Sabia que eu era um filho de coração, adotado. Cresci sabendo que era filho adotivo do Senhor Arquimedes e da Senhora Zedir. A história contada por meus pais adotivos era que meus pais biológicos haviam me deixado com eles ainda bebê, prometendo voltar para me buscar, mas fatalmente morreram afogados num navio.

A revelação

Porém, há alguns anos, antes de falecer, a irmã adotiva lhe revelou que seus pais biológicos não tinham morrido e se chamavam Frank Will Fastener e Rosana. Eles o tinham deixado quando bebê e retornado para os EUA.

"Minha irmã disse que quando me deixaram, a mulher era brasileira, mas o homem falava uma língua estrangeira. Eles vieram para os EUA, mas disseram que pagariam as despesas dos meus cuidados até que regressassem ao Brasil para me buscar. Eles foram umas duas vezes, mas depois de um tempo não voltaram mais", relata.

Passaram 7 anos e como não houve nenhum contato, o casal brasileiro decidiu registrar em cartório a criança como seu filho. "Em 1975, já aos 7 anos, fui registrado como Flávio Cesar Monteiro, filho de Srº Arquimedes e dona Zedir. Afinal, em qualquer local que eu estivesse, hospital, escola, seriam cobrados de minha certidão de nascimento", relata.

Tentativa de contato

Há três anos, Monteiro foi informado de que um homem com o nome do seu pai vivia na cidade de Alcoa, no Tenneesse. Ele então decidiu pedir ajuda para a polícia que abriu uma investigação. "Já fui ao local com alguns policiais e disseram que realmente lá residia um homem identificado por este nome, no entanto disseram que ele estava hospitalizado e não me permitiram ter contato", detalha.

Uma possível irmã

Mais recente, Monteiro disse que falou ao telefone com uma pessoa chamada Shirley que seria uma das filhas do americano. Na ocasião, ela teria confirmado que o pai era marinheiro e que viajou para o Brasil na década de 70.

Desde então, a família apagou páginas nas redes sociais e ele também não consegue mais falar com a "irmã".

"Eu só quero que essa história rode o mundo e eu possa conhecê-lo. Quero saber qual minha verdadeira história. Como, quando e onde eu nasci? E agora que estão resistindo à minha aproximação, quero o (exame de) DNA também. Preciso saber quem é o meu pai e minha mãe e o que aconteceu com eles", desabafa.

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