Europa decide barrar entrada de turistas brasileiros e americanos por causa da pandemia

Por Arlaine Castro

A Comissão Europeia publicou na quinta-feira, 11, uma série de recomendações sobre a reabertura das fronteiras internas e externas da União Europeia a partir de 15 de junho e 1° de julho, respectivamente, mas os turistas brasileiros e americanos ficarão de fora por enquanto. Com a pandemia de coronavírus está aparentemente controlada no bloco, a UE adotará duas fases para reabrir as fronteiras entre seus países. A Comissão Europeia recomendou aos 26 países membros do espaço Schengen (22 deles integrantes da União Europeia) que suspendam em 15 de junho os controles de fronteiras aplicados temporariamente para conter a propagação do coronavírus. "Pedimos a todos os estados membros que levantem as restrições nas fronteiras internas na segunda-feira", disse a comissária de Assuntos Internos do bloco, Ylva Johansson. Em seu comunicado, a comissária de Assuntos Internos deixa claro que, para ser eficaz, a reabertura aos estrangeiros deve ser gradual e coordenada, de acordo com critérios objetivos.  O principal deles é a resposta dada pelo país terceiro à situação epidemiológica em seu território, que "deve ser similar à da União Europeia", ou seja, a epidemia deve estar controlada. "As restrições [de entrada na UE] devem permanecer se as condições internas de transmissão [no país terceiro] forem piores do que no bloco", diz o texto.  Apesar de não ser citado nominalmente, este é o caso do Brasil, que ultrapassou os 800 mil casos da doença e os 40 mil mortos.  Os EUA têm o maior número de mortes e infecções do mundo e nesta quinta-feira chegaram à marca de dois milhões de casos registrados. E o Brasil tem atualmente mais da metade das mortes na América Latina. Brasileiros excluídos da primeira fase de reabertura Uma projeção do governo americano prevê que o Brasil deve ter o maior número de mortes pela covid-19 no mundo, no final de julho.   Turistas americanos também serão impedidos de entrar em países do bloco até que o número de casos tenha uma queda significativa. Como decidirão os países da UE No momento em que vários países já se anteciparam e reabriram suas fronteiras, como aconteceu com a Grécia e a Itália, alguns países ainda irão prolongar as restrições. Espanha e Portugal preveem reabrir sua divisa comum em 1° de julho. Já a França manterá a sua fronteira fechada com a Espanha até 21 de junho, em reciprocidade a uma decisão tomada pelo governo espanhol. A Dinamarca planeja reabrir seu território à totalidade dos viajantes da UE e do Reino Unido apenas no final do verão, em setembro. Já alemães, noruegueses e islandeses poderão visitá-la a partir de 15 de junho. Johansson reconheceu que alguns países podem precisar de "mais uma ou duas semanas" para se preparar, mas pediu que "reabram por completo" o espaço europeu de livre circulação (Schengen) antes de reabrirem as fronteiras exteriores do bloco. A partir de 1° de julho, Bruxelas pretende receber viajantes provenientes dos países dos Bálcãs e de um determinado número de países terceiros, com base na evolução da pandemia em seus territórios. Não será o caso do Brasil. Os governos vão estudar exceções para residentes em países que forem mantidos na lista de restrições, no caso de estudantes internacionais e trabalhadores qualificados de atividades essenciais. Já quem possui cidadania europeia, ou é residente permanente em algum país do bloco não será impactado. Com informações da RFI.