Europeus no Reino Unido vivem na incerteza pós-Brexit

Trabalhadores europeus e estudantes estão tomados pela incerteza sobre seu futuro desde que os britânicos votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia.

Entre eles está a brasileira Renata Silva, de 25 anos, que é cidadã italiana e vive há nove meses em Londres para fazer mestrado em sociologia urbana. Até a semana passada, seu plano era terminar o curso e ficar mais um ano trabalhando, mas agora seu futuro é incerto. “Até então, tinha certeza de que faria isso, mas hoje eu já não sei”, disse. “Há um pensamento de que o imigrante está roubando emprego dos locais, utilizando o sistema de saúde de graça e se aproveitando dos impostos. Para mim, é evidente o quão xenofóbico isso é”.

O paulistano e cidadão português Francisco Torres Neto, 24 anos, atualmente está procurando emprego e acredita que a busca deve ficar ainda mais difícil agora. “Por mais que o governo tenha dito que nada vai mudar em dois anos, acho que as empresas ficarão com um pé atrás [em contratar pessoas da UE] por pensar que vai ser mais difícil conseguir o visto para esse trabalhador”, afirmou. "Estão pedindo calma, pois não sabem o que de fato vai acontecer, mas assim não posso planejar minha vida". Martina Gurgel, 24 anos, é cidadã italiana e saiu de Campinas (SP) para Londres há seis meses. Assim que chegou, ela conseguiu uma vaga numa pequena empresa italiana do setor de moda. Ela diz que agora a cidadania italiana não é mais uma garantia.

“Como a empresa onde trabalho faz parte da UE, ela tinha as mesmas regulamentações, as mesmas regras para impostos que a Inglaterra. Agora o país vai propor outras leis, que não serão necessariamente convenientes para a marca ficar aqui”, explica. Brexit Os britânicos decidiram em referendo no dia 24 sair da União Europeia. Foram 51,9% votos a favor da desvinculação contra 48,1% votos pela permanência no bloco europeu. A votação ficou conhecida como Brexit, que vem da junção de Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída). Após a vitória pela saída da UE, o primeiro-ministro David Cameron anunciou que vai renunciar ao cargo, por não concordar com a saída. Com informações do G1.