Ex-diretor do FBI confirma demissão por investigação da Rússia

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_146816" align="alignleft" width="325"] O ex-diretor James Comey em testemunho no Senado. Foto: REUTERS Jim Bourg.[/caption]

O ex-diretor da polícia federal americana (FBI) James Comey, afirmou em seu depoimento no Senado, nesta quinta-feira, 8, que o presidente Donald Trump o demitiu por interferir na investigação do papel da Rússia nas eleições de 2016 e seus vínculos com a campanha de Trump.

"Eu fui demitido de alguma forma para mudar, ou o esforço era mudar a maneira como a investigação da Rússia estava sendo conduzida. Isso é um grande negócio, e não apenas porque me envolve", testemunhou sob juramento.

Comey foi demitido em maio, sob circunstâncias não bem esclarecidas. Na época, o presidente alegou que o FBI estava em uma situação caótica.

O ex-diretor disse ao Comitê de Inteligência não ter dúvidas de que a Rússia tentou interferir na campanha eleitoral que levou Donald Trump à presidência do país, mas negou, porém, que o presidente tenha tentado interromper a investigação.

Para Comey, houve invasão dos sistemas de computadores do comitê nacional do Partido Democrata. No entanto, as informações que possuía não lhe permitem afirmar que o resultado da eleição tenha sido manipulado.

Trump tinha reconhecido o bom desempenho do ex-diretor à frente da corporação, tanto que, segundo Comey, elogiou o seu trabalho em várias ocasiões. “Eu entendi que estava fazendo um bom trabalho. Fiquei confuso quando soube pela imprensa que tinha sido demitido por causa da investigação sobre a Rússia. Isso não fazia nenhum sentido para mim”, declarou.

Sobre o registro dos encontros com o presidente, Comey afirmou que documentou porque "sabia que poderia chegar ao dia no qual pudesse precisar de um registro do que ocorreu não só para me defender, mas também para defender o FBI", completou o ex-diretor, que está sob juramento.

Comey também disse em seu testemunho que Trump, em um estranho encontro privado no salão oval, disse-lhe para encerrar sua investigação sobre o ex-conselheiro de segurança nacional Michael Flynn. Questionado se isso surge como obstrução da justiça, o ex-diretor afirmou não saber e que essa é uma questão para Bob Mueller resolver, referindo-se ao advogado especial recentemente nomeado que assumiu a investigação da Rússia no Departamento de Justiça.

Na audiência, o ex-diretor afirmou ainda que o FBI é honesto, forte e independente e que funcionará com ou sem ele.

A Casa Branca respondeu às acusações de Comey e chamou de "insultantes" as perguntas que colocam em dúvida a honestidade de Trump. "O presidente não é um mentiroso".

Com informações da ABC News.