EXCLUSIVO - Diretora Lisa D’Apolito fala sobre o documentário LOVE, GILDA

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

Gilda Radner e Gene Wilder
Lisa D'Apolito – O irmão da Gilda me deu acesso a umas caixas que estavam guardadas desde quando a Gilda faleceu. Em uma delas, eu encontrei 32 horas de fitas de áudio gravadas pela Gilda, pois ela iria escrever um livro. Quando escutei a Gilda falando, eu só tinha a ideia de contar a sua história pelo seu ponto de vista. Mas, quase todas as fitas estavam danificadas, algumas delas nem pude escutar. Como não pude usar tudo que estava ali, fui atrás de entrevistas complementares. Ela fez muitas entrevistas no rádio e na TV... sai perguntando quem tinha a entrevistado há 40 anos atrás e se ainda tinham o material. Eu e minha produtora conseguimos algumas entrevistas incríveis. Horas e horas de frases e conversas maravilhosas que fizeram com que Gilda contasse a sua própria história. Jana – Como foi organizar tudo isso em um documentário? Lisa – Depois de escutar tudo, eu comecei a entrevistar seus amigos e familiares e pouco a pouco fui capaz de conversar com pessoas que fizeram parte da sua vida desde de muito cedo, como Lorne Michaels e Martin Short, entre outras pessoas. Todo mundo amava a Gilda e sentia, sentem, falta dela.. foi muito emocionante para todos. Depois, fomos atrás do comediantes mais jovens, pessoas que se inspiraram na Gilda. Estávamos esperando algo do tipo: "eu costumava assistir Gilda quando criança." Mas quando entrevistei Amy Poehler, foi minha primeira entrevista, eu realmente vi como a Gilda influenciou a decisão dele de se tornar uma comediante. Tudo começou a ficar claro o quanto Gilda faz parte e é importante para a comédia e o entretenimento. Jana – Você acha que ela buscava suprir o amor que ela perdeu quando seu pai morreu através do público? [caption id="attachment_172932" align="alignleft" width="243"] Os atores Gilda Radner e Gene Wilder. (Cortesia: Magnolia Pictures)[/caption] Lisa –Eu acho que sim, ela queria amar e ser amada. Ela amava tanto o público e você podia ver em suas apresentações, a alegria de estar no palco. Ela realmente se importava com seu público. Ela assinava todos os seus autógrafos e respondia as cartas de fãs que recebia... era muito importante para ela. Jana – Você chegou a conversar com seu marido, o ator Gene Wilder? Lisa – Sim. Passei um dia todo com Gene, um ano antes de ele falecer, é foi incrível. Ele estava muito doente, mas ele conseguiu me contar algumas histórias dele e da Gilda. Ele foi um marido maravilhoso, gentil, engraçado, bonito, e isso realmente colocou em perspectiva por que Gilda o amava tanto. Esse foi provavelmente o melhor dia de todo o processo, mesmo que eu não pude filmá-lo porque ele estava doente. Mas passar o dia com ele foi muito importante. Jana – Qual é a sua personagem favorita que a Gilda criou? Lisa – Eu adoro a Judy Miller. Eu gosto muito de suas personagens infantis. E eu também adoro quando ela mesma está falando com o público. Eu amo quando ela é apenas a Gilda Radner. Eu também gosto do Candy Slice... Eu adoro todas as personagens porque acabei me apaixonando por qualquer coisa que a Gilda fez. Jana – O que você quer que o público aprenda com esse documentário? Lisa - Um dos meus objetivos é apresentar a Gilda para uma geração que não a assistiu na televisão. Ela é realmente icônica e faz parte da comédia e da história da televisão.