Exército nigeriano executa jovens

Por Gazeta News

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O Exército nigeriano executou, na última semana, 40 jovens em Maiduguri, reduto do grupo islâmico Boko Haram, no nordeste do país. Segundo testemunhas, as mortes aconteceram no mesmo dia em que a Anistia Internacional denunciou violações dos direitos Humanos por parte das forças de segurança.

"Eles (soldados) separaram os jovens dos velhos e pediram para que nossas crianças deitassem no chão. Então ouvimos tiros". "Eles os mataram (...) fizeram o mesmo em três outros bairros (de Maiduguri). Fomos ao necrotério e contamos 48 corpos no total", relatou uma testemunha, que pediu para não ser identificada.

Uma fonte militar contactada pela “AFP” não quis comentar as acusações, mas considerou que se as execuções realmente aconteceram, eram "injustificáveis". Já o tenente-coronel Sagir Musa, porta-voz do Exército em Maiduguri, declarou que segundo os serviços de inteligência, "os terroristas do Boko Haram preparavam novos ataques contra representantes do governo, políticos e outros cidadãos honestos" nesta região.

O Boko Haram realizou várias operações em represália a operações militares. Em um relatório publicado no dia 1º, a Anistia Internacional denunciou violações dos direitos humanos cometidas pelas forças de ordem nigerianas em sua repressão ao Boko Haram, principalmente em Maiduguri. O Exército nigeriano rejeitou as acusações, mas os habitantes confirmam que em várias ocasiões pessoas desarmadas foram mortas por soldados em represália aos atentados do Boko Haram. Os atentados e ataques realizados pelo Boko Haram e sua repressão causaram mais de três mil mortes no norte e centro da Nigéria desde 2009. As informações são da “AFP”.