Experiência ajuda brasileiros na crise

Por Gazeta Admininstrator

A crise financeira mundial não assusta a comunidade brasileira nos Estados Unidos, pelo menos até janeiro de 2009, quando o novo presidente, seja o republicano John McCain ou o democrata Barack Obama, tomar posse, de acordo com o empresário brasileiro João de Matos, que possui vários empreendimentos em território americano.

Radicado nos Estados Unidos desde 1965, quando aventurou-se em terras estrangeiras para realizar o sonho de ter um carro, Matos não acredita que a crise venha a assustar ou atrapalhar a vida dos compatriotas que moram em território americano. Somente após a posse do novo presidente americano, e a apresentação de sua política econômica, uma análise mais certeira poderá ser feita. "Essa história de crise não será sentida pelos brasileiros, pelo menos até janeiro, quando a presidência [americana] mudar. Aí veremos quais serão as medidas econômicas a serem implementadas. Por enquanto não temos como saber como essa crise afetará os brasileiros que vivem por aqui."

Matos, que é o responsável pelo evento "Brazilian Day", em New York, enxerga benefícios para os brasileiros com a crise, que voltou a valorizar o dólar em relação ao real, fazendo com que imigrantes brasileiros corressem para casas de câmbio com o intuito de enviar ainda mais dinheiro para seus familiares no Brasil. "O que está acontecendo, até o momento, é o aumento dos brasileiros nas casas de câmbio. De resto, tudo está normal, e os únicos que estão voltando para casa são aqueles que trabalham com jardinagem [por causa do outono e inverno nos Estados Unidos]", disse o empresário, que também possui uma agência de turismo.

Tranqüilidade

Enquanto o americano está assustado, sem saber o que esperar, o brasileiro que mora nos Estados Unidos está tranqüilo. Não por não se preocupar com a crise e com a possibilidade de perder seu emprego, mas por estar acostumado a lidar com situações de incerteza. "O brasileiro viveu muito assim [incerteza com a economia], sem saber se continuaria com o trabalho no dia de amanhã ou não. Isso sem contar a inflação, que disparava de um dia para o outro. Já o americano não está acostumado com isso, e é isso que os assusta. Nós [brasileiros] estamos vacinados", brincou Matos.
Além de estarem "vacinados", boa parte dos brasileiros que moram nos Estados Unidos - estima-se mais de 400 mil somente - não utilizam instituições financeiras para administrar seus ganhos, já que estão no país de forma irregular.

Em contrapartida, muitos brasileiros perderão seus empregos, muitos na área de construção civil, caso a crise venha a criar uma forte recessão no começo de 2009 e desacelere, ainda mais, o mercado imobiliário, que vive seus momentos de tensão com impasse criado pela "bolha imobiliária".

Depoimentos

Elisângela Ferreira
Assistente Legal – Boca Raton

Em termos de crise, a primeira coisa que fazemos é reclamar, mas o meu ponto de refererëncia para driblar a crise é o de cortar as despesas. Uma vez que o orçamento diminui, temos que “freiar”nosso ritmo também, diminuir idas à manicure, cabeleireiro, depilação, viagem, jantares, shopping. Com certeza, isso vai afetar, de maneira positiva nosso orçamento. Uma boa opção para quem tem habilidades artesanais é exercê-las, isso pode ser um complemento do orçamento.

Maria Celeste de Melo
Assistente legal – Boca Raton

Trabalho na área de direito, tenho um bom trabalho, mas quando estou fora do meu horário de trabalho, faço bijouterias finas com material de primeira linha. Assim, consigo driblar esta crise que, acredi-ta, esteja perto do final, já que teremos um novo governo, com projetos e idéias novos.