A Comissão Federal de Comércio dos EUA calculou que 8,3 milhões de cidadãos foram vítimas de roubos de identidade em 2005, dos quais o mais cobiçado é o número de Seguridade Social, segundo a edição digital do jornal “The Washington Post”.
Os analistas advertem para o perigo que representa o fato de publicar documentos tão importantes na internet, onde qualquer pessoa pode encontrar facilmente o número de Seguridade Social de cidadãos comuns e também de personalidades como o ex-secretário de Estado americano Colin L. Powell.
“Isto é muito perigoso”, afirmou ao “Washington Post” o Procurador-geral de Maryland, Douglas F. Gansler, que descobriu seu número de Seguridade Social na rede.
“O número de Seguridade Social é como uma impressão digital para a identificação de alguém”, explicou Gansler.
Estes números estão disponíveis em muitos processos - em cadastros de casos civis e criminais - e em diversas páginas virtuais de agências governamentais.
Além disso, existe uma falta de uniformidade nos diferentes estados em relação aos critérios sobre o acesso à informação privada nos documentos que se tornam públicos.
Uma recente investigação mostrou os números de Seguridade Social em centenas de escrituras de terras, atestados de óbito, multas de trânsito e outros documentos relacionados a casos civis e criminais em tribunais.
As cortes federais proibiram em 2001 a publicação de números de Seguridade Social em documentos oficiais e nos últimos anos muitas jurisdições elaboraram leis que proíbem os tribunais e agências públicas de arquivar determinados dados pessoais. No entanto, milhões de fichários com dados pessoais foram registrados nos EUA antes que estas leis entrassem em vigor, e os ladrões aproveitam essa lacuna para roubar estes dados.
O problema repercutiu depois dos atentados terroristas de 11 de Setembro, quando foi revelado que vários dos autores tinham usado identidades falsas para abrir contas bancárias, alugar apartamentos e viajar em aviões.
O Governo Federal respondeu a este problema em 2004 com uma lei que prevê penas para as pessoas que roubam identidades para cometer crimes, e proibiu a publicação do número de Seguridade Social nas carteiras de habilitação expedidas a partir deste ano.

