Com falta de policiamento, criminalidade cresce em áreas indígenas dos EUA

Por Gazeta News

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O governo federal dos EUA reduziu as dimensões de sua força policial em terras indígenas, diminuindo as verbas para policiamento e abrindo menos investigações sobre crimes violentos, ao mesmo tempo em que os índices de homicídio e estupro nessas áreas chegaram a mais de 20 vezes a média nacional, segundo relatórios do Departamento de Justiça.

De acordo com o “New York Times”, dados do FBI indicam que o número de estupros denunciados na reserva navajo do sudoeste dos EUA, nos últimos anos, supera o de nove das 20 maiores cidades do país, apesar de a reserva ter apenas 180 mil habitantes.

Os 374 estupros denunciados na reserva navajo em 2009, por exemplo, foram mais que os 335 denunciados naquele ano em Detroit, uma das cidades mais violentas dos Estados Unidos.

Entre 2000 e 2010, por exemplo, o índice de criminalidade em algumas reservas subiu até 50%, enquanto o número de suspeitos em terras indígenas investigados por promotores federais por crimes violentos diminuiu em 3%, segundo cifras do Departamento de Justiça.

Em 2000 as reservas indígenas tinham uma força policial composta de 3.462 pessoas trabalhando em tempo integral. Hoje esse número caiu para três mil, segundo estatísticas do ministério.

Nesse ínterim, os homicídios em terras indígenas passaram de 94 em 2000 para 133 em 2010; os estupros aumentaram quase 55%, de 550 para 852, e os índices de assalto e incêndio criminoso dobraram, de acordo com o FBI.

Na Reserva Indígena Pine Ridge (com 40 mil habitantes), na Dakota do Sul, 49 policiais tribais patrulham uma área de quase 9.000km² em 2000 - um policial para cada 129km². Agentes do FBI disseram que a reserva precisa de pelo menos 140 policiais para lidar com uma epidemia de violência que inclui três mil casos de abuso infantil e mais de 20 mil detenções por ano - quase uma para cada dois habitantes da área.