O patrimônio líquido de uma família americana média foi de $87.992 dólares em 2003 para $56.335 em 2013, disse um estudo da Russel Sage Foundation. A queda de quase 30 mil dólares (ou 36%) ocorreu depois de 2008.
A causa disso é a grande recessão sobre a principal fonte de riqueza da classe média, suas propriedades, que embora tenha apresentado melhoras, na metade do ano passado ainda continuavam 20% abaixo do seu pico pré-crise.
Os 5% mais pobres perderam ainda mais. Em 2003, eles tinham patrimônio líquido de $9 mil dólares negativos, uma dívida que triplicou para $27 mil dólares em 2013.
Desigualdade
A situação é bem diferente para os 10% mais ricos do país, que também perderam muito patrimônio com a crise, mas conseguiram se recuperar.
Entre os 5% no topo da pirâmide, o patrimônio líquido foi de $1,19 milhão em 2003 para $1,36 milhão em 2013 - abaixo do pico de $1,62 milhão em 2007, mas ainda assim um ganho de 14% no balanço da década.
A explicação para isso é que "famílias abastadas tem mais chance do que outras de terem ações e portfólios amplos, o que permitiu a elas se beneficiarem dos ganhos no mercado de ações", segundo Fabian T. Pffefer, Sheldon Danziger e Robert F. Schoeni, autores do estudo.
O mercado de ações, ao contrário da taxa de desemprego e dos salários, se recuperou relativamente rápido e já voltou desde meados do ano passado para o mesmo nível do pré-crise.
"A economia americana experimentou uma crescente desigualdade de renda e de riqueza por muitas décadas, e há pouca evidência de que estas tendências sejam revertidas no curto prazo", conclui o trabalho.
Em abril, o "New York Times" decretou que a classe média americana foi ultrapassada pela canadense e já não é a mais rica do planeta.