Família de brasileiro morto em blitz diz que ele não teve chances de se defender

Por Gazeta Admininstrator

Assita à reportagem, em inglês, sobre a morte do brasileiro

O brasileiro André Martins, 25, morto na madrugada de domingo(27) Em Massachussets, não teve chance de se defender ou de se explicar antes de ser morto a tiros pela polícia do distrito de West Yarmouth, disse a sua mulher, a brasileira Camila Miranda Campos.

Segundo ela, que estava no banco de passageiro do veículo dirigido pelo noivo, os dois voltavam de um restaurante à 1h, quando um carro policial se aproximou e deu sinal de luz.

O incidente ocorreu a cerca de 3 quilômetros da casa do casal, em Hyannis (Massachussetts).

"O policial conversou por rádio com um segundo carro de polícia, que fechou a rua. Como viu que não ia conseguir parar a tempo, André virou o carro. O policial que bloqueou a rua desceu do veículo, apareceu na janela aberta e começou a atirar. Foram três tiros contra ele", relatou Camila, que está há 18 anos legalmente nos EUA.

"Ele não portava drogas nem armas, e não teve nem tempo de se defender. O policial que atirou no André agiu errado, ele tinha que ter atirado no pneu do carro", acrescentou.

De acordo com a versão da polícia, uma blitz de trânsito foi montada e o brasileiro não parou quando solicitado. Em seguida, iniciou-se uma perseguição que terminou quando o veículo de Martins colidiu com um carro da polícia. Neste momento, o policial teria atirado no motorista.

No entanto, segundo Camila, o policial atirou à queima-roupa em André, deu a volta no carro e atirou na parte de trás do veículo. "Eles não pediram para pararmos nem para descermos do carro. Ele [o policial] só não acertou em mim porque eu abaixei no banco", disse ela sobre a morte de André, com quem teve dois filhos --de 2 e 6 anos-- que estavam em casa.

Camila, que trabalha em um consultório médico, disse ainda que vai processar o Estado de Massachusetts pela morte do marido. "Eu estou sozinha para criar meus filhos. Isso foi assassinato, eles atiraram a queima-roupa."

Martins estava nos EUA desde 2001, trabalhava como pintor e não estava regularizado no país.

O Departamento de Polícia de West Yarmouth não deu mais informações sobre o ocorrido e deve divulgar um comunicado à imprensa no final da tarde de hoje.