Família de brasileiro morto na fronteira dos EUA não acredita em afogamento

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_139869" align="alignleft" width="300"] A família não acredita que a causa da morte tenha sido por afogamento. Foto: Arquivo pessoal.[/caption]

A família do brasileiro Júlio Barcellos, 35 anos, de Rondônia, que foi encontrado morto há algumas semanas ao tentar atravessar o Rio Grande, na cidade de Nuevo Laredo, no México, para chegar aos Estados Unidos, não acredita no motivo da morte informado pelo Itamaraty.

“Eles disseram que foi por afogamento. Mas meu irmão sabia nadar muito bem, era um cara esperto, sabia se virar. Era humilde, bom, se relacionava bem com todo mundo. Ele falava espanhol muito bem e um pouco de inglês por já ter morado lá (nos EUA) muito tempo”, afirmou Ananias Barcellos, irmão de Júlio.

Na realidade, a família não aceitou bem o motivo da morte informado pelo Itamaraty por vários motivos. “Não entra na cabeça da família que foi por afogamento. Achamos que ele pode ter sido assassinado por algum mexicano que fica na fronteira, foi vítima de disputa de coiote ou mesmo pode ter sido picado por alguma cobra porque dizem que lá tem muita. Sei lá, mas afogamento nós estamos duvidando porque ele nasceu em beira de rio e sabia nadar muito bem”, afirmou Ananias ao GAZETA nesta quinta-feira, 17.

O último contato do brasileiro com a família foi na noite do dia 25 de fevereiro, quando ele se preparava para iniciar a travessia da fronteira.

A notícia sobre a morte de Júlio foi dada à família na última segunda-feira, 13, pelo Ministério das Relações Exteriores. O órgão informou também que o corpo do brasileiro não apresentava nenhuma marca de agressão ou perfurações e que provavelmente a causa da morte seria um afogamento, ocorrido durante a travessia do rio.

Segunda tentativa

Esta seria a segunda vez que Júlio tentaria a travessia ilegal para os EUA. Na primeira tentativa ele conseguiu passar ao lado americano, viveu em New Jersey durante nove anos e retornou para Brasil para visitar a família. “Era um cara muito querido e que se dava bem com todos os irmãos”, declarou Ananias.

Segundo Ananias, o irmão chegou a ir para as Bahamas no final do ano passado para tentar embarcar por lá, mas devido a problemas para realizar a travessia, ele acabou retornando ao Brasil.

Ainda nesta quinta, a família fez um empréstimo de 7 mil dólares no banco para pagar a liberação e o traslado do corpo até Porto Velho (RO). A funerária no México confirmou que o corpo deverá ser liberado na próxima quarta-feira, dia 22,e será feito o traslado até o município de Jaru (RO), onde se realizará o velório e o sepultamento.

Agora, a família está fazendo uma campanha para arrecadar dinheiro para pagar o empréstimo de 7 mil dólares no banco. "Os amigos, a comunidade aqui está ajudando muito. Agora é correr contra o tempo para quitar essa dívida com o banco o mais rápido possível", diz Ananias.

A conta-poupança para doações é 297601300011890-1, em nome de Márcia Ribeiro da Silva.