Família de brasileiros chefiava 'império' de bordéis, prostituição e drogas em Londres

Por Gazeta News

Descritos pelas autoridades britânicas como líderes de "um império milionário" de bordéis, drogas e prostituição em Londres, o casal de paulistas Flavia Xavier-Sacchi, 23, e Renato Dimitrov Sacchi, 43, e o irmão dele, Raul Sacchi, 49, foram presos no dia 24 de outubro. Primeiro eles negaram qualquer envolvimento em atividades ilegais, mas Renato e a esposa Flavia Xavier-Sacchi acabaram confessando culpa e foram condenados a mais de 8 anos de prisão, cada um. Já Raul Sacchi, que não admitiu participação no esquema, foi condenado pela Justiça a uma pena maior: 9 anos e dois meses de prisão. Jovem presa por prostituição na Flórida é identificada como brasileira Segundo a Scotland Yard, os três eram os cabeças de rede de prostíbulos ilegais espalhada em seis bairros do norte de Londres e "desfrutavam de estilos de vida luxuosos, gastando os lucros obtidos com a exploração de profissionais do sexo em férias de luxo, veículos e joias". Denúncia de uma brasileira explorada Toda a investigação começou a partir da denúncia de uma jovem brasileira, que procurou a polícia em abril de 2017. A mulher, cuja identidade foi preservada, contou que foi forçada a trabalhar nos bordéis da quadrilha durante dois meses e que os brasileiros diziam que matariam a família dela no Brasil, caso ela tentasse deixar a prostituição. Com ajuda de autoridades britânicas, ela conseguiu fugir - a polícia, por sua vez, começou a visitar os bordéis e flagrar funcionários vendendo drogas, especialmente cocaína. Segundo a lei da Grã-Bretanha, a prostituição - ou a oferta de serviços sexuais em troca de dinheiro - é uma atividade legal. Por outro lado, a exploração da prostituição - por meio das figuras conhecidas como cafetões ou cafetinas - e a existência de bordéis ou prostíbulos é proibida em todo o território. Brasileiro foi morto depois de se encontrar com prostituta, diz investigação Ostentação Em redes sociais, a família ostentava uma vida de luxos em Londres e colecionava elogios de parentes e amigos em fotos e vídeos a bordo de jetskis, um Rolls Royce, uma Ferrari e uma Lamborghini. No Facebook, os integrantes criticavam duramente a corrupção no Brasil, compartilhando textos e imagens em defesa de operações da Polícia Federal e do Exército em Brasilia e no Rio de Janeiro. Há duas semanas, o jogo se inverteu e os três foram condenados e presos em Londres por comandarem um megaesquema de prostituição, escravidão moderna, bordéis clandestinos, segurança ilegal e venda de drogas na capital inglesa. A quadrilha empregava pelo menos outros cinco brasileiros e faturava milhões de libras por ano, segundo a Scotland Yard, que trabalhou por mais de um ano com agentes infiltrados à paisana no esquema, descrito como "uma rede sofisticada de prostíbulos, pelos quais vendiam drogas e controlavam prostitutas, gerando lucros acima de um milhão de libras" - ou mais de cinco milhões de reais - por ano. "As pessoas geralmente são reticentes ou têm muito medo de contribuir com investigações sobre escravidão moderna, por isso nosso trabalho é construir uma acusação e desmontar essas organizações criminosas usando todo tido de prova possível", disse a polícia metropolitana de Londres, em nota. "Detetives passaram meses empregando diversas táticas para construir a investigação contra o grupo criminoso, adotando uma abordagem baseada em evidências para garantir que fossem condenados e levados à Justiça. Qualquer pessoa que considere explorar outros seres humanos para obter ganhos financeiros deve esperar enfrentar o mesmo nível de investigação e acusação de especialistas." Com informações da BBC News.