Família de tetraplégico luta para levá-lo para o Brasil

Por Gazeta Admininstrator

Sebastião Rodrigues, de 47 anos, trabalhava na construção civil em New Jersey, nos Estados Unidos, havia três anos. Em julho deste ano, ele foi passear em uma praia com os amigos, mergulhou, bateu com a cabeça, fraturou a coluna e ficou tetraplégico.

“Ele ficou em coma dois dias. Nós já esperávamos a morte. Depois, disseram que ele estava bem, fizeram todas as operações e garantiram que ele não corria risco de morte. Por último, ainda precisaria passar por uma reabilitação”, conta o irmão de Sebastião, Antônio Rodrigues.

Mesmo ilegal no país, Sebastião foi atendido e internado em hospital público norte-americano. Fez cirurgias e recebeu tratamento nos últimos quatro meses, a um custo de US$ 2 milhões, pagos pelo gover-no norte-americano.

A direção do hospital avisou que a transferência do paciente para o Brasil deverá ser bancada pelo governo norte-americano. Mas, por causa das condições de saúde, Sebastião precisa ser internado antes de iniciar tratamento na rede Sarah.

Antônio procurou, então, o Hospital de Base do Distrito Federal, mas disseram que não havia vagas. “Eu não sei, parece que o lugar é ‘neurocirurgião’. E que tem todo esse suporte. Ele usa um aparelho que alimenta e um que respira à noite. Por isso, pra ele não tem condição”, explica Antônio.

Visto negado
O outro irmão de Sebastião, Miguel Rodrigues, tentou tirar um visto para visitá-lo nos Estados Unidos, mas o consulado negou. A família não tem dinheiro para pagar um hospital particular. “Nós queremos trazê-lo de volta. Queremos ele aqui, no país dele, para cuidarmos dele aqui”, afirma Miguel.

Com medo de que os Estados Unidos suspendam o atendimento a Sebastião, a família pediu ajuda à Secretaria de Saúde do Distrito Federal e ao Itamaraty.

O secretário de Saúde, José Geraldo Maciel, informou que os irmãos de Sebastião devem procurar um médico da rede pública e pedir que o paciente seja incluído no setor de regulação. A partir daí, os médicos avaliam a necessidade do paciente e a prioridade para que ele fique em um leito de UTI. O secretário disse que a rede conta com 273 leitos, número insuficiente para a demanda.