Família pode ser deportada por ter filho deficiente.

Por Gazeta Admininstrator

Uma família brasileira não conseguiu obter o green card, e ainda corre o risco de deportação. Zandro e Fernanda Souza, residentes em Martha Vineyard, Massachusetts, têm um filho cego e com retardo mental.

Igor Souza, 11, é o motivo da recusa do green card. A imigração americana acha que ele pode trazer muitos encargos financeiros ao país, caso os pais morram, pois Igor requer constantes cuidados especiais. A audiência que pode decidir pela permanência do casal nos Estados Unidos será no mês que vem.
Mesmo pagando por todas as despesas médicas do filho, o casal não está conseguindo convencer as autoridades americanas. Conforme matéria do The Wall Street Journal, Zandro e Fernanda pagam do próprio bolso todo o tratamento médico de Igor. Os gastos com medicação vão além de 1,000 dólares mensais, excluídas as freqüentes visitas ao médico e ao pronto-socorro. Zandro nunca solicitou seguro saúde, ou se beneficiou do governo, temendo que isto impedisse sua família de receber o green card. Os gastos anuais giram em torno de 20,000 dólares.

Em busca de uma vida melhor
Os Souza vieram para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor, especialmente por causa dos cuidados médicos de Igor. Fernanda cansou de levantar às 4:00am para encarar a longa fila do INSS, que agendaria uma consulta para 30 dias. O salário de Zandro, de 300 dólares, também não comportaria um tratamento particular. O casal então depositou todas as esperanças na vinda aos Estados Unidos, onde dividem uma casa de três quartos com os pais de Zandro. Ele veio em 2000, trazendo Fernanda e Igor no início de 2001. Todos tinham vistos de turista.
A luta de Zandro nos Estados Unidos começou como lavador de pratos no restaurante Navigator. Num espaço de seis anos, ele conseguiu subir ao posto de chefe de cozinha. Tinha um outro emprego noturno, num dos mais finos restaurantes de Martha Vineyard. O esforço de Zandro é aplaudido por Jim Moore, diretor do Navigator, que chegou a levá-lo para New York, a fim de demonstrar suas habilidades na cozinha. Em 2001, Alan Counsell, gerente do restaurante na época, decidiu patrocinar Zandro e sua família, em gratidão aos serviços prestados. Os pais de Zandro já haviam sido patrocinados por Alan. “Eles atendiam a qualquer pedido meu”, declarou Alan.
Zandro e sua família se beneficiaram, em 2001, da lei de imigração conhecida como Seção 245i, que autorizava os imigrantes a solicitar a legalização através de patrocínio do empregador. Apesar de declarar, durante a entrevista, que não contava com o governo americano no pagamento das despesas médicas de Igor, o argumento não foi suficiente para o departamento de imigração.