Família recebe informação sobre morte de carioca desaparecida na fronteira dos EUA

Por Gazeta News

Najla da Cunha Salem

Familiares da carioca, professora de inglês, Najla da Cunha Salem, de 42 anos, desaparecida desde o dia 1º de fevereiro, receberam a confirmação de sua morte por telefone, no último fim de semana.

A brasileira viajou para o México no dia 21 de novembro, com o objetivo de cruzar a fronteira e entrar nos EUA, pagando por isso R$ 20 mil a coiotes. Ela tentava chegar a Nova York, onde vive o noivo, um brasileiro com cidadania americana, e que estaria com o filho dela, de 13 anos.

Segundo familiares, a professora teria entrado em contato, já em solo americano, na cidade de McAllen, no Texas. Na ligação, ela teria informado que realizaria uma caminhada de 20 km até a cidade de Houston. Após isso, não entrou mais em contato. Dias depois, segundo familiares, o namorado de Najla teria recebido uma ligação dos responsáveis pela travessia informando que a brasileira teria passado mal durante o trajeto e morrido após uma parada cardíaca. O corpo teria sido deixado no deserto.

Outra versão apresentada pela família baseia-se no relato de uma testemunha que teria feito a travessia ilegal com Najla. Segundo o homem, que não quis se identificar, a carioca teria morrido de hipotermia no deserto do Texas, entre as cidades Novo Laredo e Santo Antônio, na madrugada do dia 10.

“Ele disse que também era imigrante ilegal e acompanhou minha sobrinha durante 60 dias, desde o México. Parecia abalado e pediu desculpas por não ter conseguido salvá-la. O homem contou que fez tudo o que estava ao alcance dele, mas, infelizmente, Najla passou muito mal e ficou completamente roxa por causa do frio intenso. Não tinha sequer condições de falar”, lamentou o tio da brasileira, Luiz Antônio Cunha.

“Ela não estava com vestimenta adequada às baixas temperaturas, porque a informação inicial do ‘coiote’ era de que o trajeto duraria de duas a quatro horas. Na verdade, era de 18 a 20 horas”, revelou Luiz.

O telefonema foi atendido por Narrida Salem, irmã de Najla. “Ele contou que abriu a bolsa de Najla e encontrou $1.500 dólares. Ofereceu ao ‘coiote’, para que o deixasse levar o corpo, mas o atravessador não aceitou. O homem pôs o passaporte e a agenda pessoal junto dela”, acrescenta o tio.

A família da professora já comunicou ao Itamaraty e à Interpol, para que se façam buscas no local. No telefonema, o informante afirmou que o corpo da professora ficou a aproximadamente quatro horas de distância de um posto de checagem norte-americano, que ele avistou de longe durante o trajeto. A mãe de Najla, Gilda Cunha Salem, no dia 13, esteve no Fórum de Volta Redonda, no Sul Fluminense, onde a família mora, pedindo ajuda a um juiz para trazer de volta o neto Felipe, filho da professora, que completou 13 anos no fim de semana.

O garoto, que tem dupla nacionalidade e está sob os cuidados do namorado da mãe, diz não acreditar na morte de Najla.

Segundo o “G1”, Najla já tinha vivido ilegalmente por seis anos em Connecticut e foi deportada em 2005. Em 2011, ela tentou entrar no país ilegalmente, mas foi detida no aeroporto de Nova York.

Com informações do jornal “O Dia”, “G1” e “Folha de São Paulo”.