Família teve morte simultânea por inalação de gás em apartamento em Santo André (SP)

Por Gazeta News

A perícia preliminar realizada no apartamento onde uma família foi encontrada morta em Santo André, no ABC Paulista, no domingo, 14, indica que o casal e os dois filhos, um de 3 anos e outro adolescente, tiveram mortes simultâneas com a causa mais provável sendo por inalação de monóxido de carbono. Uma medição feita pela perícia indiciou que havia mais monóxido de carbono do que o tolerável no apartamento. Não havia sinais de arrombamento ou violência. A polícia suspeita que Roberto Yasuhide Utima, de 46 anos, Katia Rumi Sasaki Utima, de 47 anos, Barbara Keiko Utima, de 14 anos, e Enzo Sasaki Utima, de 3 anos, morreram após asfixia por monóxido de carbono, que afeta o corpo em poucos minutos. O aquecedor de gás do apartamento, localizado no 12º andar, estava sem chaminés. Eles haviam voltado de uma viagem à Disney na sexta-feira. A suspeita é de que as mortes tenham ocorrido de sexta para sábado, 13. Os quatro estão sendo velados nesta segunda-feira, 15, em Santo André (SP). Família de brasileiros é encontrada morta durante passeio no Chile Segundo o Corpo de Bombeiros, a hipótese mais provável é que, sem o cano e a chaminé, o monóxido de carbono proveniente da queima tenha sido lançado para dentro do apartamento. Segundo médicos, se as janelas do apartamento estivessem abertas, a família teria tido chance de sobreviver. O pai, Roberto Utima, de 46 anos, foi encontrado deitado no sofá com o filho Enzo, de 3 anos no peito. A mãe, Katia, estava caída do box com o chuveiro ligado. A filha adolescente, Barbara, estava na cama. Segundo o depoimento de um irmão, os pais e as duas crianças já haviam passado mal no apartamento, e um passarinho da família havia morrido poucas semanas antes, mas foram medicados e como sinusite e liberados pelo médico. Sem exaustor Segundo o síndico do prédio, que mora no local há quase 20 anos, a construtora entregou as unidades com sistema de aquecimento elétrico. Há dez anos, alguns moradores optaram pela conversão. Foi quando foi constatado que o apartamento de Roberto já tinha aquecedor a gás abastecido por um botijão --sem sistema de exaustão. O monóxido de carbono, resultante da queima, é um gás tóxico que não tem cheiro. Quando inalado, entra na corrente sanguínea e se une à hemoglobina, que é responsável pelo transporte do oxigênio. Em alguns segundos já começa a faltar oxigênio no cérebro, com efeitos imediatos. “(Os efeitos) vão depender da concentração a que é exposta o indivíduo. Têm alguns sintomas antes: começam a ter sintomas como turvação visual, cansaço, náusea, umas podem chegar a vomitar (...) e, conforme a concentração vai subindo, sintomas neurológicos vão se agravando, evoluindo para coma e, eventualmente, morte”, disse o toxicologista Alvaro Pulchinelli Junior. Com informações do G1.