Familiares aguardam pelo corpo de chef mineiro morto durante trabalho

Por Marisa Arruda Barbosa

Jaquan Huston, de 23 anos, foi preso, acusado de assassinato e não tem direito à fiança. Diante do juiz, em audiência no Peabody District Court, no dia 31, Huston disse que pensou que Elivelton estivesse falando mal dele “em espanhol”. Ele se declarou inocente. “Eu fiz o que tinha que fazer”, disse Huston, de acordo com procuradores. O acusado havia começado a trabalhar no restaurante há poucas semanas. Segundo noticiário local, a mãe disse no tribunal que Huston tem problemas com controle de raiva. Ele tem nova audiência marcada para o dia 28 de setembro.

Mineiro deixou o Brasil por causa da violência Elivelton, que vivia em Salem e era natural de Mendes Pimentel, em Minas Gerais, estava nos Estados Unidos desde 2002, quando deixou o Brasil por causa da violência.

“Meu irmão era um homem maravilhoso. Bom filho, irmão carinhoso, marido dedicado, pai

[caption id="attachment_92640" align="alignleft" width="225"] Elivelton Dias não via a família há 12 anos, desde que se mudou para os EUA para fugir da violência.[/caption]

apaixonado por sua bebê e tinha muitos amigos. Onde ia era sempre muito querido”, disse uma de suas irmãs, Eliane Dias, que vive em Vitória, no Espírito Santo, onde Elivelton também viveu antes de se mudar para os Estados Unidos. “Ele não tinha desavença com ninguém. Imagine um homem de bem ser morto pelas costas?”, questiona. “Uma dor que não passa. Eu quero justiça. Meu irmão estava trabalhando para sustentar sua esposa e filhinha de nove dias. Aí vem alguém e nos rouba sua vida”, disse a outra irmã, Elizete Dias. De acordo com Eliane, a esposa de Elivelton, Fabiana Matos, também mineira, deve voltar ao Brasil com a filha assim que possível. “Elas não têm mais ninguém nos EUA”, disse. “Ela precisa de nós e nós precisamos dela”.

Assistência A gerência do P.F. Chang’s disse que dará assistência à família da vítima e outros empregados do restaurante.

Em poucos dias, a campanha criada online por amigos para arrecadar $15 mil dólares para o traslado do corpo alcançou o valor desejado. “Agora só nos resta esperar”, disse Elizete. Elivelton deixa, além da esposa e filha, cinco irmãos e os pais, que vivem no Brasil. Ele não via a família desde que se mudou para os EUA, há 12 anos. “Ele planejava voltar em dois ou três anos para ficar de vez no Brasil”, disse Eliane.

O Itamaraty informou que o Consulado-Geral do Brasil em Boston está acompanhando o caso e cuida dos trâmites necessários para a emissão da correspondente certidão de óbito, bem como para a liberação do corpo para traslado ao Brasil, conforme desejo expresso pela família.

Com informações do Boston Globe, WCVB5/ABC e G1.