Fashion Rio abre a temporada de moda brasileira

Por Gazeta Admininstrator

Está aberta a temporada de moda brasileira de 2006. Começa nesta segunda-feira, com o Fashion Rio que vai até o dia 14 e, quatro dias depois, é a vez da capital paulista abrir a São Paulo Fashion Week que vai até o dia 23. Esse ano, a semana carioca de moda vem com 31 grifes, 29 desfiles de marcas já conhecidas do povo da moda como TNG, Walter Rodrigues e Colcci e, outras, que estão despontando agora, como a Reserva, dando o ar de renovação fundamental na moda. O evento do Rio começa com a grife infantil Lilica Ripilica e chega ao penúltimo dia com a top das tops, Gisele Bündchen na passarela da Colcci, em seu único desfile no Brasil.

O Fashion Rio foi buscar num retorno ao artesanal e à natureza como fonte inesgotável de inspiração a idéia para o tema da edição, Horticultural. “O evento que acontece a céu aberto e rodeado pelos jardins de Burle Marx tem um frescor especial e uma atmosfera de renovação”, explica Eloysa Simão, diretora-geral do Fashion Rio. Para garantir o clima, o Museu de Arte Moderna (MAM), local onde acontece a maior parte dos desfiles, vai se revestir de verde.

Aproveitando o ar de renovação, esta edição procura juntar à base negócios e passarela, um novo item: a informação em moda. Para isso, trouxeram membros do grupo Edelkoort, sediado em Paris, um dos principais observatórios de sinais de moda do mundo, para fazer uma palestra no dia 10 sobre a moda nas próximas estações, história natural e bem estar.

E mais: o Fórum das Tendências para a primavera-verão 2006/2007, com apresentação do vídeo Museu, um espaço de curiosidades sobre a História Natural e a exposição Rio - Histórias e Personagens da Moda, que resgata o prêt-à-porter no Brasil. Fazendo um link com o tema da exposição, será apresentado o projeto de um que traz a história da geração de estilistas dos anos 70 e 80, considerada fundamental na moda brasileira. Com lançamento previsto para junho de 2007, a primeira edição homenageia oito estilistas: Georges Henri, Jose Augusto Bicalho, Marilia Valls, Mauro Taubman, Simon Azulay, Maria Cândida Sarmento, Luiz de Freitas e Gregório Faganello.

Paralelamente ao Fashion Rio vai rolar dos dias 10 a 13 de janeiro, o Fashion Business, bolsa de negócios, que mostra o trabalho de quase 80 marcas para 130 lojistas de multimarcas de todo o país e 15 compradores internacionais. Também acontece a 4.ª edição do Rio Moda Hype, nos dias 13 e 14 de janeiro, evento que é a porta de entrada para novos talentos da Moda, que esse ano conta com 12 participantes.

Enquanto isso...

O clima de renovação está mesmo imperando no mundo da moda. A parceria da empresária Mônica Monteiro e da top Gisele Bündchen, que desfila para a Colcci no dia 13, chegou ao fim, depois de 10 anos de trabalho. Além disso, mais três marcas vão integrar o line up do Fashion Rio: Cantão (RJ), Acqua Studio (SP) e Elisa Chanan (RS).

Enquanto isso, Patrícia Viera e Zigfreda imigram para a São Paulo Fashion Week. Apesar de não comentar sobre ida dessas marcas para a SPFW, Eloysa Simão garante que não existe rixa entre elas. “Há espaço para todo mundo”.

Estréia da Daslu, dividindo passarela com a Daspu
Mas a marca do Fashion Rio inverno 2006 é a diversidade. Lá estarão a chiquérrima Daslu e sua quase homônima, a Daspu, lançada pela ONG Da Vida, de moças que ganham a vida pelas imediações da Praça Tiradentes, no centro do Rio. Nomes consagrados como Marcela Virzi, Carla Cavendish e Mary Zaide dividem espaço com os novatos da Moda Hype e as grifes veteranas que estréiam no evento, como a carioca Cantão e a gaúcha Elisa Chanan. Todos vão reverenciar o passado, na exposição Rio - Histórias e Personagens da Moda, com fotos e trabalhos de pioneiros como Simon Azulay (que criou a Yes Brasil) e Georges Henri (que deu seu nome à grife).

Pode parecer futilidade investir R$ 5 milhões para saber o que vamos achar bonito (e, talvez, usar) daqui a seis meses, mas a criadora do evento, Eloysa Simão, apresenta dados sólidos para seus patrocinadores. “Nosso público alvo são as classes A e B, mas a moda é um dos maiores empregadores do País, certamente o que mais cresce e emprega mão de obra feminina de todas as classes sociais”, foram os argumentos que atraíram instituições diversas como como Senai, Sebrae, Firjan Abit e a prefeitura do Rio e Telemar. “A maturidade desse mercado se reflete no sucesso das nossas modelos no exterior. Sem respaldo interno, elas não teriam base para uma carreira internacional.”