Fazendo as pazes com os alimentos
Dando continuidade ao assunto de duas semanas atrás, vamos falar mais um pouco sobre boas escolhas na alimentação. Há quinze dias comparei para vocês os valores nutricionais e calóricos de dois tipos de alimentos, um considerado ruim e outro considerado bom. E mostrei que eles são mais parecidos do que muita gente imagina. Se você não leu, vale a pena buscar no site e ler.
Então vamos começar a aprender a fazer boas escolhas. A primeira regra, como já disse, é não restringir alimentos, e sim cuidar das quantidades. A segunda regra, bem mais fácil que a primeira, é: sempre que possível escolher alimentos in natura ou frescos. Com essa simples atitude você terá inúmeros benefícios.
Alguns alimentos frescos podem ser consumidos crus e isso também é muito bom. As vitaminas, que são nutrientes importantes, degradam-se com o aquecimento. Quanto mais aquecido e quanto mais tempo em aquecimento, menos vitamina sobrará no alimento. Assim, sempre que possível, coma o alimento cru. Outro ponto favorável em comer alimentos crus é a disponibilidade dos nutrientes. Funciona assim. Os vegetais têm suas células revestidas internamente por uma estrutura feita de celulose, e o amido (que é carboidrato) fica dentro desta estrutura. Acontece que nós, seres humanos, não digerimos a celulose. O resultado disso é que aquelas células que não forem quebradas pela mastigação não terão seu conteúdo disponibilizado e o conteúdo não será nem digerido e nem absorvido. Esse fato pode ser encarado de duas formas. A primeira é que uma quantidade de alimentos pode trazer saciedade e não fornecer tanta energia (calorias) quanto a mesma quantidade cozida. O outro ponto é que se uma pessoa precisa de mais energia e nutrientes, comer apenas alimentos crus pode diminuir a disponibilidade.
Os alimentos frescos ou in natura costumam ser ricos em fibras. As fibras são importantes para facilitar o trânsito intestinal e assim facilitar o esvaziamento do intestino todos os dias. Sem dúvida, uma das regras da boa saúde é “fazer cocô” todos os dias. As fibras também atuam na absorção dos carboidratos. Funciona assim: alguns carboidratos podem ser absorvidos para o sangue muito rapidamente (carboidratos de alto índice glicêmico) e isso não é saudável, pois provoca um aumento rápido na liberação da insulina. Esse hormônio, em grandes quantidades, pode provocar aumento na produção de gordura corporal. Por facilitar a entrada de glicose nas células musculares e de gordura, leva a pessoa à hipoglicemia e a sentir fome mais rapidamente. Se a pessoa come sempre e muito esse tipo de carboidrato, ao longo do tempo o mecanismo da insulina estraga e a pessoa poderá desenvolver diabetes tipo II.
Então, se você gosta de alimentos que têm carboidrato de alto índice glicêmico como o arroz branco, a tapioca e a batata inglesa, é só combinar esses alimentos com vegetais que contenham fibra, como o brócoli, couve manteiga ou espinafre.
Aprender sobre os alimentos é a forma mais segura de ter saúde e também manter a boa forma.